Dia Mundial da Saúde Mental: veja as principais doenças e os tratamentos

10 de outubro - 2018
Por: Equipe Coração & Vida

Por Thassio Borges

Em 10 de outubro, celebra-se o Dia Mundial da Saúde Mental. A data foi instituída em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental e tem o objetivo de chamar a atenção para os principais distúrbios que acometem e incapacitam (em períodos variados) milhões de pessoas em todo o mundo.

Coração & Vida consultou a psicóloga Maria Alice Fontes e o psiquiatra Mauricio Henriques Serpa, especialistas no assunto, para entender quais são e como se manifestam as principais doenças mentais atualmente.

depressão
Depressão precisa ser diagnosticada e tratada o quanto antes – Foto: Shutterstock

O assunto é sério e está muito mais próximo do cotidiano do que muitos imaginam. “O relatório da pesquisa São Paulo Megacity Mental Health Survey mostrou que a região metropolitana de São Paulo possui a maior incidência de perturbações mentais no mundo”, explica Maria Alice.

Cerca de 30% dos paulistanos e moradores da região metropolitana sofrem de algum tipo de perturbação mental, em comparação feita com 24 grandes cidades de diferentes países.

“Os transtornos de ansiedade foram os mais comuns (19,9%), seguidos pelos transtornos de comportamento (11%), de controle de impulso (4,3%) e abuso de substâncias (3,6%). De acordo com os pesquisadores, a alta incidência é causada pela alta urbanização associada com privações sociais. Segundo eles, os grupos mais vulneráveis são homens migrantes e mulheres que residem em regiões de alta vulnerabilidade social”, completa Maria Alice.

A boa notícia é que cada vez mais há menos preconceito em procurar um psicólogo ou psiquiatra para tratar os problemas.

DEPRESSÃO 

O que é: muito frequente, a doença acomete cerca de 10% das pessoas ao longo da vida. No entanto, existe tratamento, e com excelente resposta na maior parte dos casos. A forma mais comum da depressão é conhecida como unipolar ou transtorno depressivo maior.

Sintomas: sentimento de tristeza profunda, humor deprimido (tristeza, desesperança), perda de interesse e prazer por atividades anteriormente satisfatórias, diminuição da energia, alterações no apetite e/ou no peso, distúrbios do sono, sentimento de inutilidade ou culpa, pensamentos de morte ou ideação suicida, e aumento da falta de ânimo.

Tratamentos: psicoterapia e medicamentos. “Muitas vezes, a combinação de ambos leva a uma melhor eficácia para o tratamento dos sintomas, assim como para a prevenção de novos episódios de depressão”, explicam os especialistas.

As medicações regulam a sinalização de três neurotransmissores: serotonina (principalmente), noradrenalina e dopamina. A psicoterapia, através da terapia cognitivo-comportamental (TCC), auxilia o paciente a modificar pensamentos/crenças distorcidas com viés negativo sobre si e o mundo. Além disso, uma vida mais equilibrada, com redução de estresse, hábitos saudáveis, valorização de momentos de descanso/lazer e prática de atividade física também auxiliam no tratamento.

Quando ocorre: pode ocorrer uma vez na vida ou ser recorrente, independentemente da idade. Apresenta causas multifatoriais, tendo origem em fatores endógenos (neurobiológicos, genéticos) e fatores exógenos (psicossociais).

Leia mais: Tristeza ou depressão?

ANSIEDADE

O que é: preocupação exacerbada (e na maior parte das vezes sem fundamento) com situações e cenários distantes ou até mesmo improváveis. “Pode haver momentos em que suas preocupações não ocupem completamente sua mente, mas você ainda se sinta ansioso mesmo quando não há razão aparente”, explicam os médicos Maria Alice e Mauricio.

Sintomas: preocupação ou ansiedade persistentes de forma desproporcional ao impacto dos eventos; pensamento acelerado considerando sempre o pior cenário; percepção de situações e eventos como ameaçadores, mesmo quando não são; dificuldade em lidar com a incerteza; indecisão e medo de tomar decisões erradas; incapacidade de controlar uma preocupação, de relaxar; sensação constante de inquietude, de nervoso; dificuldade em se concentrar, ou a sensação de “dar branco”; fadiga; dificuldade para dormir; tensão muscular ou dores musculares; tremor; sudorese; náusea, diarreia ou síndrome do intestino irritável; e irritabilidade.

Tratamentos: deve ser feito a medida em que o transtorno esteja afetando significativamente a capacidade de funcionamento da vida diária. Os dois principais tratamentos são psicoterapia e medicamentos, sendo recomendável combinar os dois.

Quando ocorre: em qualquer momento da vida, podendo também ser pontual ou recorrente. Em crianças e adolescentes, os sintomas podem aparecer também com preocupações excessivas relacionadas ao desempenho na escola ou nos esportes, à segurança dos membros da família, em relação à sua pontualidade, e também em sobre assaltos, guerras ou outros eventos catastróficos.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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