Como conviver com dermatite atópica?

08 de outubro - 2018
Por: Equipe Coração & Vida

Por Thássio Borges

Doenças de pele costumam ser acompanhadas de um preconceito que, ao longo do tempo, se torna tão (ou até mais) desagradável aos pacientes do que os próprios sintomas. Com a dermatite atópica não é diferente.

Trata-se de um dos tipos mais comuns de alergia cutânea, de acordo com a dermatologista Adriana Vilarinho, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Os números mais atuais da entidade apontam para incidência de 7% entre os adultos e de até 25% em crianças no Brasil.

A dermatite atópica é caracterizada por lesões avermelhadas na pele, que causam coceiras intensas, fazendo com que a pele fique muito mais ressecada que o normal. Pode vir acompanhada de asma ou rinite alérgica e, segundo Vilarinho, é uma doença genética, crônica e que não possui cura completa.

“A dermatite atópica evolui com fases de ativação e de remissão espontânea”, complementa a dermatologista. Ou seja, é preciso cuidado especial com determinados fatores que podem desencadear episódios em quem convive com a doença, bem como atentar-se aos tratamentos necessários para o melhor controle possível da alergia.

Dermatite é um dos tipos mais comuns de alergias cutâneas, mas tem tratamento e controle - Foto: Shutterstock
Dermatite é um dos tipos mais comuns de alergias cutâneas, mas tem tratamento e controle – Foto: Shutterstock

Leia mais: 10 hábitos que contribuem para o envelhecimento da pele 

“O tratamento se inicia com os cuidados com a pele: tomar banhos rápidos com água morna, dar preferência a sabonetes e hidratantes específicos, evitar irritantes como amaciantes, branqueadores e detergentes. Não utilizar tecidos sintéticos, entre outros”, explica.

Além dos cuidados gerais, Vilarinho destaca que as dermatites atópicas devem ser tratadas com medicamentos de acordo com a gravidade do caso. “O acompanhamento médico é extremamente necessário e quanto mais cedo for iniciado o tratamento, melhores serão os resultados”, complementa.

Fatores que podem desencadear a dermatite atópica:

– Alguns alimentos
– Alérgenos ambientais, como poeira, pólen, perfumes, tabacos
– Contato com certas bactérias e fungos
– Dermatite de contato
– Frio e ambientes secos
– Calor e transpiração
– Estresse
– Detergentes, produtos de limpeza
– Tecidos irritantes, como a lã
– Banhos quentes

Mas atenção: a dermatite atópica não é contagiosa. Pacientes com a doença não devem ser isolados do convívio natural, seja em casa, no trabalho ou, principalmente, nas escolas.

A falta de informação faz com que muitas crianças com diagnóstico (ou sintomas) de dermatite atópica sejam afastadas do convívio com outras, no ambiente escolar ou social. Especialmente para os pequenos, com dificuldade natural para entender o cenário, esse afastamento é desnecessário, e pode até contribuir para o agravamento da doença, com episódios mais intensos e duradouros.

A orientação, portanto, é consultar um médico, observar os fatores que devem ser evitados e seguir à risca o tratamento recomendado. Sem motivos para “neuras”. Lembre-se, a dermatite atópica não tem cura, mas não é transmissível.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

Compartilhe:

Dúvidas?
Envie sua pergunta para o

RESPONDE

acesse

Notícias Relacionadas: