Dia Mundial da Alimentação: nutricionista explica como resgatar a alimentação saudável

15 de outubro - 2018
Por: Equipe Coração & Vida

Nesta terça-feira (16) é celebrado o Dia Mundial da Alimentação, e um dos problemas que o mundo enfrenta atualmente é o aumento do número de obesos na população. Só no Brasil, uma a cada cinco pessoas é obesa. A alimentação, porém, é a chave para uma vida saudável e, sem dúvida, para o combate ao excesso de peso. Mas não pode deixar de ser prazerosa.

Em entrevista ao Coração&Vida, a nutricionista Marina Nogueira, pós-graduada em nutrição clínica e em nutrição e esporte, explica o que aconteceu desde que o mundo deixou de consumir alimentos naturais e passou a ingerir mais produtos ultraprocessados, como salgadinhos, chocolates, balas e sorvetes, e o que fazer para resgatar uma alimentação realmente saudável. 

O ideal é que a base da alimentação seja composta por alimentos naturais ou minimamente processados - Foto: Shutterstock
O ideal é que a base da alimentação seja composta por alimentos naturais ou minimamente processados – Foto: Shutterstock

Coração&Vida – Na época de nossos avós e bisavós, praticamente todas as pessoas comiam alimentos de verdade, preparados de forma caseira. Qual foi a consequência da industrialização excessiva da alimentação para a nossa saúde?

Marina Nogueira – A industrialização dos alimentos de décadas para cá era inevitável e trouxe pontos positivos e negativos. Fomos positivamente afetados pela disponibilidade e distribuição de alimentos que antes eram encontrados somente próximos aos seus locais de produção.

Alimentos da cesta básica, como farinha, feijão, arroz, entre outros, não seriam comprados com facilidade nos grandes centros urbanos pois são produzidos em regiões periféricas, e a industrialização possibilitou a produção, envase e distribuição desses produtos.

Por outro lado, somos bombardeados por alimentos rápidos e fáceis de serem consumidos, com alta palatabilidade [saborososos], mas com grande valor energético e pouco valor nutricional. Os estudos mostram que o consumo desses produtos ultraprocessados podem contribuir para o aumento de obesidade e sobrepeso.

C&V: Há uma onda de comidas “fit” atualmente. É o ideal, ou basta seguirmos uma alimentação mais simples – porém natural – no dia a dia? Onde está o equilíbrio?

MN: Alimentos fit são promessas. O ideal é consumir mais alimentos in natura ou minimamente processados, encarando a alimentação como um ato não só biológico, mas também cultural e social.

Alimentos ultraprocessados sempre vão existir, e serão consumidos, como chocolates, balas, sorvetes, salgadinhos. O importante é entender que esses produtos não devem ser a base da nossa alimentação.

Os produtos fit, na sua grande maioria, são produtos processados que recebem um slogan com apelo saudável, mas em geral não são produtos naturais ou minimamente processados.

C&V: Você acha que voltaremos a nos alimentar da forma correta, com mais alimentos naturais? Qual seria o caminho para voltarmos a nos alimentar de forma saudável?

MN: Acredito que há um movimento muito forte para que a gente resgate o hábito de comer mais alimentos naturais. Para isso, precisamos cozinhar mais e entender a alimentação como um conceito amplo, e não somente reduzido às consequências daquela alimentação.

Hoje em dia, nos grandes centros, vivemos uma vida muito estressante, e cozinhar não é mais uma prioridade. Porém, esse ato começa pelo simples fato de ir ao supermercado e escolher uma fruta ou algum ingrediente que faça parte do seu dia a dia. A mudança deve vir aos poucos e sempre focada numa mudança de comportamento alimentar.

Não há apenas um caminho para resgatar essa alimentação mais saudável, mas observar que o consumo de ultraprocessados – mesmo aqueles com nomes ‘fit’ – e a indústria da dieta está crescendo na mesma velocidade da obesidade, do sobrepeso e das doenças associadas, é também um bom caminho.

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