Dieta DASH: você ainda vai ouvir falar dela

21 de março - 2017
Por: Equipe Coração & Vida

Todo início de ano, surgem listas e mais listas sobre as “dietas do momento”. São regimes alimentares que definem um tema, uma linha a seguir e prometem, na maioria, cuidar melhor da alimentação e, com isso, o emagrecimento. Mas o ramo das dietas já vê nascer métodos mais equilibrados e focados para conquistar saúde – e, entre elas, nasce uma estrela chamada DASH.

Em todas as tais listas de tendências em regimes, a DASH é figurinha certa. A dieta (cujo nome é a abreviação de Dietary Approaches to Stop Hypertension) surgiu no meio acadêmico dos Estados Unidos – em universidades que estudavam o efeito de fazer dieta sobre o controle da pressão arterial.

Inicialmente, o objetivo dos pesquisadores era somente reduzir a pressão arterial de pacientes hipertensos; mas logo eles notaram também os efeitos da redução calórica, que auxilia na perda de peso, além de melhorar o perfil de pacientes com síndrome metabólica.

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

A DASH não limita apenas a ingestão de sódio, como seria óbvio quando se fala em hipertensos, mas também de gordura saturada e colesterol, que contribuem para ocorrência de doenças cardiovasculares.

Carnes vermelhas, alimentos industrializados, embutidos, doces, bebidas açucaradas e álcool devem ser evitados para quem se torna um adepto. E muita, muita gente está se tornando adepta – mesmo que nem estava tão preocupado assim com a pressão.

Principalmente nos Estados Unidos, já é notório o crescimento do número de pessoas conquistadas pelos ideais dessa dieta que incentiva o consumo de frutas, verduras, legumes, grãos integrais, peixes, aves, leite e derivados com baixo teor de gordura e alimentos que são fontes de gordura monoinsaturada.

Parece tudo muito comum, já que a maioria dos regimes conscientes (que não criam métodos radicais de corte de calorias ou eliminação de produtos) segue essa linha. Mas, com seu olhar voltado para o controle da pressão, a DASH foca em usar muitas fontes de potássio, magnésio, cálcio, proteínas e fibras.

O sucesso, especialmente entre os hipertensos, é que as mudanças alimentares que ela prega podem, em casos mais leves, até suspender o uso de medicamentos. Nos casos mais graves, a DASH possibilita, com acompanhamento adequado, a diminuição da dosagem dos medicamentos para controle da hipertensão.

“A dieta se mostra, sim, uma parte importante no tratamento do indivíduo hipertenso”, diz a endocrinologista Claudia Cozer Kalil. “Principalmente, se essa mudança alimentar de ingerir produtos com menos sal e perda de peso estiver associada ao aumento do número de passos dados por dia e uso correto da medicação prescrita pelo profissional de saúde.”

A médica explica que, dado o sucesso da DASH, existem muitos livros com guias e receitas, além de um grande número de sites de internet, que oferecem sugestões para quem vai começar. Mas isso deve ser feito, prioritariamente, a partir de uma consulta com nutricionista.

“A DASH se assemelha muito às dietas que usam a pirâmide alimentar – que também contemplam todos os grupos alimentares e evitam a monotonia”, diz Claudia. Dessa forma, fica menor a chance de o indivíduo ficar desestimulado e acabar abandonando a dieta a médio e longo prazo, como acontece com diversos outros métodos restritivos.

No geral, a DASH sugere 6 a 8 paradas para refeições ao dia, entre almoço, jantar e lanches – e um total de cerca de 2.000 calorias, o que fica dentro dos padrões normais de alimentação.

O ponto é enfatizar o consumo dos alimentos naturais e diminuir bastante o de sódio (muito presente nos produtos industrializados). Nesse cenário, o foco é na saúde do coração – mas todo o organismo acaba por entrar no ritmo. Daí a DASH ser uma campeã das tendências para este ano e, seguramente, para os que virão a seguir.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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