Diferenciar enxaqueca de outras dores é essencial no tratamento

01 de abril - 2015
Por: Equipe Coração & Vida

enxaqueca

Milla Oliveira

Após uma crise de dor de cabeça no ano passado, a analista de previdência Cybelle Reis deu entrada no pronto socorro de um hospital em São Paulo e recebeu o diagnóstico: enxaqueca. Assim como Cybelle, 30 milhões de pessoas sentem dores de cabeça no Brasil, segundo o Departamento de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), mas nem todas passam pelo mesmo problema relatado por ela.

Mauro Jorno, coordenador do Departamento Cientifico de cefaleia da ABN, alerta para a necessidade de diferenciar a enxaqueca da dor de cabeça causada por outro motivo, até mesmo uma doença mais grave.  “A enxaqueca é um tipo de cefaleia primária, que não tem um fator causal. As secundárias são causadas por alguma outra coisa e esses sintomas devem ser acompanhados”.  Além da dor, a enxaqueca pode ser caracterizada por sintomas como vômito, fotofobia (aversão à luz), fonofobia (aversão a sons) e náusea. A duração de uma crise varia entre quatro e 72 horas, diz o médico.

O problema é três vezes mais comum nas mulheres do que nos homens, segundo a Sociedade Americana de Dor de Cabeça. “A enxaqueca pode começar após a puberdade e afeta especialmente a mulher por causa do ciclo hormonal. O pico de incidência vai dos 20 aos 30 anos”, informa o coordenador da ABN.

A doença envolve o córtex cerebral e, por alguma razão, faz com que o cérebro reaja a estímulos internos e externos, inclusive hormonais. “Comer pouco, comer muito, jejum prolongando, dormir pouco, dormir muito… A lista de fatores que podem desencadear a enxaqueca é enorme. Existe um arranjo do cérebro que produz uma inflamação das artérias extra-cerebrais e leva a um processo inflamatório”, explica Jorno.

O especialista afirma ainda que, atualmente, pesquisas tentam isolar a influência genética de outros fatores e já existe definição sobre qual é o genoma que está relacionado à enxaqueca. De acordo com Jorno, a doença não tem cura, mas pode ser controlada com tratamento específico. “O diagnóstico é feito considerando o histórico do paciente e um exame neurológico normal”, explica.

 

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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