21 de setembro: Dia Mundial do Doador de Medula Óssea. Veja como fazer parte desta lista:

16 de setembro - 2019
Por: Equipe Coração & Vida
FOTO:shutterstock
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Mais de quatro milhões de brasileiros já são doadores de medula óssea (tecido líquido-gelatinoso, localizado no interior dos ossos) – em que são produzidos os componentes do sangue, como hemácias ou glóbulos vermelhos, leucócitos ou glóbulos brancos e plaquetas.

De acordo com o Ministério da Saúde, a chance de encontrar um doador compatível ainda é muito pequena: uma em cem mil no país. Por isso, quanto maior o número de doadores cadastrados, maiores as chances de pacientes conseguirem transplante com rapidez. O tratamento salva a vida de pessoas com doenças graves como tipos de leucemias, linfomas, mielomas múltiplos e algumas autoimunes.

Hematologista do Hospital Albert Einstein, Nelson Hamerschlak diz que o número de doadores cadastrados atualmente é satisfatório, mas que há tipagens, como a de HLA (genes presentes em praticamente todas as células do organismo, responsáveis por coordenar as respostas do corpo a doenças etc) mais raras de serem encontradas.

O especialista explica que tal exame é mais complexo que os de tipos sanguíneos, e super importante — através dele é possível identificar e mais chances de compatibilidade entre pessoas de uma mesma família e etnia. “É importante que cada banco de doadores identifique as etnias mais raras de serem encontradas. Estudiosos brasileiros já estão pesquisando quais grupos precisam ser mobilizados”, explica.

E para se tornar um doador de medula óssea é mais simples do que se pensa. Primeiro, é preciso fazer um cadastro no hemocentro mais próximo, onde será coletada uma amostra de sangue (10ml) para a tipagem de HLA. Depois, os dados do doador são inseridos no cadastro do ‘Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea’, o REDOME.  Assim, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será consultado para decidir quanto à doação.

O procedimento não é complicado. É preciso ter entre 18 e 55 anos de idade, estar em boas condições de saúde, não ter doença infecciosa ou incapacitante, e não apresentar doenças neoplásicas (câncer), hematológicas (do sangue) ou do sistema imunológico. Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação. Por isso, cada caso será analisado. O transplante de medula óssea é um procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico, sob anestesia geral.

E há novidades: técnicas recentes já permitem a realização do chamado ‘transplante aparentado’, ou seja, entre membros da mesma família, com compatibilidade de 50%. Trata-se de um processo mais rápido, e tem se mostrado muito eficaz em casos de extrema urgência — quando esperar a média de três meses para a realização de transplante com doador do REDOME se torna arriscado.

Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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