Doenças de inverno: de resfriado a dores nas articulações
O inverno começou oficialmente em 21 de junho. A estação mais fria do ano marca a chegada de algumas doenças típicas da época, como gripes, resfriados, otites, dores de gargantas e nas articulações.
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Isso acontece porque os vírus e bactérias aproveitam o acúmulo de pessoas em locais fechados para se espalharem com mais facilidade, tendo como alvo o sistema respiratório.
Muitas das doenças podem ser prevenidas, com medidas simples, que ajudam o sistema imunológico a defender o organismo.
“De uma maneira geral, ter uma alimentação adequada, se manter hidratado, praticar atividade física e uma boa noite de sono são recomendações para fortalecer o corpo e prevenir doenças. Também é aconselhável evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o tabagismo”, orienta José Ribamar Branco, infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Evitar locais fechados e com pouca circulação de ar, assim como aglomerações de pessoas, também ajuda a evitar a contaminação por doenças transmitidas por vírus e bactérias. Também é importante se agasalhar corretamente e evitar o choque térmico.
Crianças e idosos devem ter a atenção redobrada, já que são mais suscetíveis a doenças respiratórias e complicações. “Os grupos de risco são crianças até cinco anos, portadores de doenças crônicas e pessoas idosas, acima de 65 anos”, explica Branco.
O infectologista destaca ainda que, no caso de sintomas persistentes, um médico deve ser procurado para um diagnóstico correto e um melhor tratamento. A automedicação também deve ser evitada.
Confira abaixo as principais doenças de inverno e como preveni-las:
Resfriado – gripes e resfriados têm sintomas semelhantes, embora sejam doenças diferentes. O resfriado geralmente dura de quatro a cinco dias, mas pode se prolongar por até duas semanas, causando coriza, obstrução das vias respiratórias, febre baixa, espirros e dor de garganta. “O tratamento alivia os sintomas e é feito com analgésicos e antitérmicos. Para prevenir-se, é aconselhável lavar bem as mãos e o nariz”, explica o especialista.
Gripe – é causada pelo vírus influenza e, além dos sintomas do resfriado, causa febre alta e abrupta, dores no corpo e fadiga. Pode provocar complicações, se não for diagnosticada e tratada corretamente. O tratamento é feito com analgésicos, antitérmicos, repouso e hidratação. Para prevenir a doença, é aconselhável lavar bem as mãos e o nariz, evitar aglomerações e tomar a vacina anual.
Pneumonia – infecção aguda dos pulmões que pode ser causada por bactérias, vírus ou fungos. Pode surgir após uma gripe ou crise de bronquite severa. O tratamento é feito com antibióticos. “Como prevenção, deve-se lavar as mãos com frequência, não fumar e verificar a vacinação adequada, principalmente a portadores de doenças crônicas e pacientes acima de 60 anos”, afirma o infectologista.
Amigdalite e dor de garganta – causada por vírus ou bactérias, é uma inflamação das amígdalas que causa dor na garganta também pode causar mau hálito e febre. Evitar mudanças bruscas de temperatura e andar bem agasalhado são algumas formas de prevenção.
Otite e dor de ouvido – causada por vírus ou bactérias que infectam a garganta e migram até o ouvido provocando dor e febre, é bastante comum em crianças. O tratamento é feito com antibióticos e analgésicos e a prevenção pode ser feita mantendo limpas as vias aéreas.
Sinusite – é a inflamação dos seios nasais, que são cavidades no crânio em torno do nariz. É provocada por alergias ou infecções por vírus ou bactérias, causando dor de cabeça, pálpebras inchadas, nariz entupido, secreção nasal e dor nos olhos. O tratamento pode ser feito com corticoides, descongestionantes e antibióticos, no caso de infecção bacteriana. Para prevenir a sinusite, o descongestionante nasal pode ser usado por um curto período, quando há coriza.
Dores nas articulações – até algum tempo atrás a relação entre dores em articulações lesionadas e o frio eram consideradas mito. No entanto, estudos recentes da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, comprovaram que há sim ligação entre a mudança de temperatura e aumento da umidade e dores crônicas. O estudo mostrou que dois terços dos pacientes analisados apresentavam mais dor com o frio. Isso ocorre porque há uma expansão dos tecidos, potencializando ações inflamatórias no local, que aumentam a sensibilidade e a dor.
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo