Dia Mundial do Rim: doenças nos rins atingem 1% da população brasileira
No Dia Mundial Do Rim, que tal aprender mais como cuidar dos seus? Com a forma de um grande grão de feijão, os rins têm de 10 a 13 cm e pesam entre 120g e 180g. Ficam localizados na porção superior do abdome, entre a 10ª e 12ª costelas torácicas. A principal função é a de eliminar toxinas do corpo. A cada hora, os rins filtram todo o sangue do corpo cerca de 12 vezes.
Todos os anos, aproximadamente 21 mil brasileiros precisam iniciar tratamento por hemodiálise ou diálise peritoneal – que ocorre dentro do paciente com o auxílio de um filtro natural. A ação ocorre sempre que os rins deixam de funcionar normalmente.
Conforme dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, a situação atinge 1% da população. Na maioria dos casos, o paciente desconhece o diagnóstico.
“A doença renal crônica é frequentemente silenciosa, o que a torna mais perigosa, pois seu diagnóstico pode ocorrer tardiamente por não ocorrerem sintomas e sinais que possam ser percebidos pelo doente precocemente”, explica a nefrologista e professora adjunta livre-docente da Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp), Gianna Mastroianni Kirsztajn.
Exames simples, como o de urina e a dosagem de creatinina no sangue, ajudam a detectar possíveis problemas.
Outro problema que atinge os órgãos é bem menos silencioso. Os cálculos renais provocam dores intensas e possuem uma série de fatores de risco, que vão desde alterações anatômicas do trato urinário, passando pela dieta com maior consumo de proteína animal e sal, até distúrbios metabólicos, como excesso de excreção urinária de cálcio e ácido úrico.
Casos de hipertensão também podem estar associados a enfermidades nos rins. A situação ocorre nos casos de inflamação do órgão em consonância com insuficiência renal.
“No desenvolvimento da hipertensão arterial, mesmo quando considerada primária, podem estar envolvidos distúrbios de excreção de sódio e água controlada pelos rins, assim como distúrbios de hormônios ou substâncias produzidas nos rins”, esclarece Gianna.
O primeiro passo para garantir o funcionamento saudável dos órgãos é evitar o consumo excessivo de sal e combater a obesidade. No entanto, algumas das doenças não podem ser evitadas. Nesses casos, é necessário proteger os rins nas fases iniciais de doenças, por isso a necessidade de realizar o diagnóstico precocemente.
As medidas de proteção incluem dieta adequada (redução da ingestão de sal e de gorduras, e outras na dependência da fase da doença), uso de medicações para reduzir a perda de proteínas pela urina, controle da pressão arterial, parar de fumar e manter um estilo de vida saudável, inclusive fazendo exercícios físicos regulares.
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo