Dor na face pode indicar disfunção da mastigação

10 de junho - 2015
Por: Equipe Coração & Vida

Paula Rosa

Sua boca estala ao abrir e fechar e sente dor ao movimentar a mandíbula? Tem dor na cabeça, semelhante com enxaquecas, dor no ouvido, bochechas ou têmporas? Esses incômodos podem ser indicativos de tensão, mas também caracterizar um distúrbio bem mais perigoso, que interfere na mastigação, fala e até no ato de engolir: a disfunção temporomandibular, mais conhecida como DTM.

Caracterizada como um conjunto de problemas que envolvem desde a articulação temporomandibular – estrutura que liga a mandíbula ao crânio – até os músculos da mastigação, responsáveis pela movimentação da mandíbula, a disfunção temporomandibular não tem causa única, como explica a cirurgiã dentista representante da Sociedade Brasileira de Disfunção Temporomandibular e Dor Ortofacial Juliana Stuginski.

ATM

“Existem fatores iniciadores, como um traumatismo na face; predisponentes, como artrite reumatoide, fibromialgia, depressão ou condições genéticas; e ainda perpetuantes, como estresse, ansiedad​e e distúrbios do sono.”

A cirurgiã-dentista destaca ainda que, isoladamente, nenhum dos fatores de risco pode gerar DTM.

Estima-se que 37% da população apresenta algum sinal de disfunção temporomandibular, mas apenas de 8 a 15% precisa de tratamento, que deve ser identificado por um cirurgião-dentista, especialista em DTM e Dor Orofacial e, se necessário, envolver outros profissionais como médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos.

E, assim como existem vários tipos de DTM, Juliana Stuginski informa que várias também são ​as modalidades de tratamento.

“Podem ser utilizadas placas oclusais, termoterapia quente, exercícios mandibulares, medicamentos, laserterapia, agulhamento ou infiltração em pontos de dor muscular, infiltração em ATM [Articulação Temporomandibular] e, em casos bem específicos e não comuns, cirurgias”, afirma a especialista.

É possível prevenir o aparecimento de DTM? Em alguns casos sim, segundo a especialista, adotando um estilo de vida saudável, com boa qualidade do sono, alimentação balanceada, prática de exercícios físicos, e evitando os chamados hábitos parafuncionais, como apertar ou encostar dentes durante o dia, roer unhas ou objetos e morder lábios, bochechas.

“Controlar estresse e ansiedade também é muito importante para não sobrecarregar a musculatura e a articulação com as contrações musculares que normalmente acompanham estas condições”, finaliza a cirurgiã-dentista.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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