É cardiopata? Então não descuide dos exercícios!
O exercício físico moderado faz bem a quem tem problemas no coração. A reabilitação cardíaca, ou cardiologia do exercício, é a especialidade responsável por essas e outras atividades, cujo objetivo é a recuperação física, psicológica e social dos pacientes com doenças cardiovasculares.
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Pacientes no período pós-infarto, transplantados, com implante de marcapasso ou com outros problemas no coração podem começar a realizar atividades físicas ainda no hospital, desde que haja indicação médica e acompanhamento de profissionais especializados.
A equipe da reabilitação cardíaca costuma ser multidisciplinar, isto é, envolve profissionais de diversas especialidades, como cardiologistas, educadores físicos, fisioterapeutas e psicólogos.
Segundo a Diretriz Sul-Americana de Prevenção e Reabilitação Cardiovascular, a cardiologia do exercício pode melhorar a saúde de forma integral, inclusive psicologicamente, além de prevenir novas doenças e educar os pacientes para a adoção de hábitos saudáveis.
Os efeitos desse trabalho são amplos, como explica Amanda Gonzales, especialista em cardiologia do esporte e reabilitação cardíaca do InCor.
“O aumento da capacidade física do paciente reduz a mortalidade em até 12%. Os indivíduos que têm uma capacidade física maior sobrevivem mais.”
Os exercícios também regulam os níveis de adrenalina no sangue, melhoram os sintomas de angina, têm efeito na redução do estresse, reduzem o peso e controlam a pressão arterial e o nível de glicose.
A atividade física indicada pela reabilitação atua também de forma preventiva, reduzindo os fatores de risco que podem levar a uma ocorrência mais grave. Uma série de trabalhos realizada no InCor sobre a ação terapêutica do exercício no tratamento de doenças concluiu que o transplante em pacientes com insuficiência cardíaca é um dos problemas que podem ser evitados com o programa de reabilitação.
No Brasil, existem cerca de dois milhões de pacientes com insuficiência cardíaca, segundo o Ministério da Saúde. Em média, são diagnosticados cerca de 240 mil casos por ano.
Mesmo com tantos benefícios, não bastar sair por aí fazendo qualquer atividade física, pois os pacientes cardíacos precisam ser monitorados, principalmente aqueles que passaram por eventos graves, como infarto e transplantes.
“Os pacientes devem primeiro passar por uma avaliação e será verificado se ele tem contraindicação para o exercício. Avaliamos pressão arterial, exames de sangue, função do músculo do coração e o comportamento do órgão durante o esforço”, diz Amanda.
De acordo com a médica, acontecem entre 24 e 36 sessões supervisionadas até que o estado da pessoa doente seja estabilizado. Normalmente, no final das sessões, é feita uma nova avaliação e teste de esforço para avaliar a melhora do paciente. Depois, ele passa para o programa de reabilitação sem supervisão.
“A reabilitação vai oferecer segurança para o paciente aprender para que depois ele possa seguir sozinho.” Por isso, é importante aderência ao tratamento.
“A adesão não é só ao exercício, mas ao programa nutricional, ao uso correto dos medicamentos e ao trabalho do psicólogo, que tem um papel forte para estimular o paciente a entender que seu processo de recuperação deve ser levado para o resto da vida”, diz a médica.
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo