Entenda o problema que levou Suzana Vieira ao hospital

20 de dezembro - 2017
Por: Equipe Coração & Vida

Trombose é coisa séria. A atriz Suzana Vieira está internada no Centro de Terapia Intensiva de um hospital no Rio de Janeiro com trombose venosa profunda, que se manifestou após um voo longo dos Estados Unidos ao Brasil.

Depois de sentir fortes dores no voo e também sofrer um choque térmico por causa da mudança súbita de temperatura – frio no hemisfério norte e calor excessivo no Rio de Janeiro –, a atriz foi diagnosticada com trombose e está em tratamento para dissolver o coágulo para depois ser liberada em segurança.

Suzana Vieira - Foto: TV Globo
Atriz Suzana Vieira – Foto: TV Globo

Muito comum em viagens longas, pela falta de movimentação durante o voo, a trombose pode matar se não identificada e tratada a tempo. O maior perigo, nesses casos, é que o trombo se desprenda do local em que se formou e viaje até o pulmão, obstruindo a circulação e causando a embolia pulmonar.

O problema é que a trombose é um mal silencioso, que dá poucos sinais de problema e, quando se torna grave, aflige demais os portadores.

A Trombose Venosa Profunda que acometeu Susana Vieira é também conhecida popularmente apenas como trombose. Ela acontece quando há formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias localizadas geralmente na parte inferior do corpo – nas pernas, onde o sangue fica mais acumulado pela própria anatomia humana. Combatê-la? É possível e muito desejável.

Normalmente, o sangue coagula para estancar sangramentos. Quando o coágulo se forma dentro da veia, ocorre um bloqueio da circulação e o sangue não consegue retornar para o coração – o que causa inchaço e dor nas coxas e panturrilhas.

As causas dessa formação podem ser genéticas ou adquiridas (e, algumas vezes, podem, inclusive, permanecer desconhecidas por médicos e pacientes). 

Principais causas

O avanço da idade pode ser uma causa, assim como questões ligadas ao tipo sanguíneo, internações prolongadas, uso de pílula contraceptiva ou de reposição hormonal. Ou seja: a trombose não ocorre apenas com pessoas idosas, como muitos imaginam, mas em diversas fases e situações específicas da vida.

O problema maior, no entanto, acontece quando um coágulo se desprende e se movimenta na corrente sanguínea em um processo chamado de embolia. Uma embolia pode afetar o cérebro, pulmões e coração – levando a quadros bastante graves, inclusive à morte.

“Não é uma situação muito frequente chegar a esse grau, mas calcula-se que, no Brasil, aconteçam cerca 200 mil tromboses ao ano”, explica Cyrillo Cavalheiro Filho, chefe do Serviço de Hemostasia e Trombose do Instituto do Coração (InCor).

Sintomas discretos

Em aproximadamente metade dos casos, a trombose manifesta sintomas “silenciosos” no paciente. No entanto, pode acontecer de a pessoa sentir principalmente dor nas pernas, na região das panturrilhas em especial, podendo chegar até o tornozelo e o pé. Uma sensação de queimação também pode ocorrer – e é importante observar, associado a isso, falta de ar ou tosse seca.

São sinais claros de que se deve procurar um atendimento clínico. Às vezes, no entanto, a trombose afeta as pessoas em ambientes muito particulares. No avião, por exemplo.

A imobilização parcial por longas horas pode provocar o trombo – o que muitos chamam de “síndrome da classe econômica”, mas que, é claro, pode atingir qualquer passageiro que fique por mais de seis horas imóvel, em espaço restrito, com roupas apertadas, em baixa umidade relativa do ar (fatores que contribuem para a doença).

E um alerta importante: “Cerca de 70% dos indivíduos que tiveram trombose a bordo de aviões haviam tomado remédios para dormir”, diz o especialista.

Medicada para pegar no sono e relaxar, a pessoa acaba por ficar “apagada” por horas, sem se mexer ou esticar as pernas e sem beber líquidos, piorando o fluxo da corrente sanguínea.

Prevenção e tratamento

A trombose é tratada com medicamentos, que impedem a formação de coágulos e fazem com que ele não cresça ou migre para o pulmão. Pessoas com episódios de trombose geralmente tomam medicamentos em comprimidos por, no mínimo, três meses.

Exames ajudam a controlar os episódios, detectar os trombos – e a avaliação regular com um cirurgião vascular mantém um acompanhamento importante.

O profissional da área é quem pode sugerir, ainda, outros métodos auxiliares, como o uso de meias elásticas.

Esse acessório precisa ser indicado por um médico, que fará sugestão específica de tipos que servem para cada indivíduo; modelos muito folgados não surtem efeito, enquanto meias muito apertadas pioram a circulação, fazendo da trombose uma inimiga ainda mais presente.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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