Entenda o que é a Profilaxia Pré-Exposição contra HIV
Antes apenas a profilaxia pós-exposição (PEP) era usada para evitar que se contraísse HIV. O medicamento era usado por cerca de um mês imediatamente após o contato – ou possível contato – com o vírus. Hoje, porém, já é possível usar a profilaxia pré-exposição (PrEP) para blindar o organismo contra o vírus antes mesmo de ser exposto a ele. No entanto, apenas pessoas vulneráveis ao risco devem usar o medicamento, sempre sob prescrição médica.
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A infectologista e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Zarifa Khoury, conta que, diferentemente da PEP, a profilaxia pré-exposição é uma estratégia de prevenção. A pessoa toma os medicamentos antes de ter contato com o vírus, para prevenir a infecção pelo HIV.
Segunda a especialista, é a população de risco maior que deve fazer uso desse medicamento.
“Homens que fazem sexo com homens, mulheres trans, casais sorodiferentes e, principalmente, profissionais do sexo, pois sabemos que há clientes que oferecem uma quantia de dinheiro muito mais alta para não usar preservativo e, como estão precisando de dinheiro, acabam aceitando.”
Composto de duas drogas antirretrovirais que devem ser de uso contínuo, o Brasil passou a oferecer gratuitamente pelo SUS em dezembro. “Mas é uma estratégia que não substitui a camisinha. Não deve ser entendida assim. O Brasil não vai entender dessa forma”, alerta.
Os efeitos colaterais, apesar de existirem, são poucos, segundo Zharifa. “Pode dar náuseas, vômitos, mas não são efeitos importantes.” A maior preocupação é com a aderência ao tratamento.
Para funcionar corretamente, a pessoa não pode falhar na regularidade ao tomar o medicamento, pois isso diminui a eficácia e a deixa vulnerável a contrair o HIV, se tiver contato nessa época.
“Existem pesquisas feitas sobre isso, porque a falha diminui a concentração do antirretroviral no sangue e também na mucosa anal e vaginal. Quanto menor a concentração, maior o risco de infecção”, alerta.
Além disso, o remédio precisa de 20 dias de uso contínuo para começar a agir, diz a infectologista.
“Se a pessoa tiver um nível sanguíneo e tecidual bom do medicamento, a PrEP funciona bem, com proteção de 80% a 90%.”
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo