Entenda o que é biópsia líquida, um identificador de tumores

15 de maio - 2018
Por: Equipe Coração & Vida

A ciência busca evitar cada vez mais técnicas para evitar exames invasivos. A bola da vez é a biópsia líquida – que, em vez de retirar uma parte do tumor para identificação, coleta sangue para verificar o tipo de câncer em atividade e direcionar, então, o tratamento.

O exame é indicado principalmente quando não há possibilidade de fazer biópsia no tumor ou quando o acesso a ele é difícil.

“Não se usa para todos os tipos de câncer”, explica Ciro Martinhago, geneticista da Chromossome Medicina Genômica. “O exame é usado quando se sabe que há um tumor, mas não é simples diferenciar o tipo”.

Feito com coleta sanguínea, o exame indica tipos de câncer. Foto: Shutterstock
Feito com coleta sanguínea, o exame indica tipos de câncer. Foto: Shutterstock

Como é feito

O médico conta que são os oncogeneticistas os responsáveis por essa detecção. “Os testes são oferecidos dentro dos centros de oncologia. Não é ideal fazer o exame sem passar pelo geneticista”, diz, ressaltando que o exame não é de diagnóstico, mas sim de identificação do tipo de câncer.

Martinhago explica que os geneticistas procuram traços do DNA do tumor que circula no sangue do paciente. “Pegamos o plasma do sangue, e ele carrega uma quantidade maior de DNA do câncer do que o DNA do próprio paciente, porque o câncer é mais ativo”, conta. “Com isso, encontra-se a mutação do DNA do câncer”.

 

Vantagem

Quando bem indicado pelo oncologista, a principal vantagem da biópsia líquida é que não é invasiva – basta coletar um pouco de sangue, como um exame de rotina. Além disso, diminui o risco de metástase, por não mexer em tumores que estão encapsulados.

 

Origem do exame

O geneticista conta que a biópsia líquida surgiu a partir do mesmo princípio do exame de sexagem fetal, em que se identifica o DNA do bebê no sangue materno. “Curiosamente, quando as empresas começaram a comercializar esse exame, descobriu-se um câncer em uma paciente por conta disso”, conta.

Com o resultado do exame em mãos – que identifica qual o tipo de tumor e ajuda a encontrar o tipo de tratamento indicado, escolhe-se então o melhor medicamento para o tratamento.

 

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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