Entenda o que são as doenças coronarianas

18 de dezembro - 2014
Por: Equipe Coração & Vida

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Gabriela Queiroz

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças coronarianas são atualmente as principais causas de morte natural no mundo. Somente em 2012, por exemplo, foram cerca de 7,4 milhões de óbitos.

Essa disfunção tem como principal fator o estreitamento dos vasos sanguíneos que fornecem oxigênio para o coração, causado, principalmente, por um acúmulo de gordura. Quando as devidas medidas não são tomadas, no entanto, o fluxo sanguíneo pode ser cada vez mais reduzido, até ser interrompido e levar o indivíduo a morte.

“A melhor forma de evitar as doenças coronarianas é fortalecer a prevenção. Ou seja, é importante que todos controlem o colesterol, fiquem atentos à pressão alta, mantenham uma boa dieta alimentar e pratiquem atividades físicas”, informa Pedro Lemos, diretor de serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Instituto do Coração (InCor).

No entanto, apesar de a prevenção ser de extrema importância dentro do tratamento desta enfermidade, Lemos explica ser necessário também pensar em novas estratégias, que incluem as cirurgias de desobstrução. De acordo com o cardiologista, o objetivo é promover a erradicação do problema em vez de somente deixá-lo estagnado.

Cabe ao médico, diante das condições de cada paciente, escolher entre a ponte de safena e a angioplastia para tratar as doenças coronarianas. “As pessoas podem fazer a cirurgia, ou optar pelo Stent (angioplastia), mas é importante analisar cada caso para que a melhor técnica seja utilizada”, explica Lemos, referindo-se ao tubo minúsculo, em forma de malha e feito de metal, que pode se expandir e auxiliar na promoção de um ritmo próximo ao normal do fluxo sanguíneo da artéria coronariana.

Veja a seguir como funcionam as duas técnicas utilizadas na reabilitação de pessoas com problemas coronários:

Ponte de Safena
A ponte de safena – originalmente chamada de cirurgia de revascularização do miocárdio – é uma técnica que utiliza parte da veia da perna (denominada de Safena) para desviar sangue da principal artéria do corpo, a aorta, para as artérias coronárias.

Com isso, o sangue utiliza outro caminho para chegar até o coração, sem que haja obstruções. “A técnica geralmente é utilizada quando o paciente apresenta múltiplas obstruções nos vasos sanguíneos”, afirma Lemos.

Angioplastia com Stent
O Stent é considerado a técnica menos invasiva atualmente. No entanto, segundo o especialista, é mais recomendado para pessoas que chegam ao Pronto Socorro já enfartadas e para aquelas que apresentam problemas cardíacos.

stent

O procedimento funciona da seguinte maneira: o Stent, que tem aparência semelhante a de uma mola, é introduzido na artéria por meio de um cateter. Assim que é instalado, funcionará como uma armação, empurrando as placas de gordura e deixando que o sangue volte a circular novamente. “Depois de instalado o stent, o paciente deverá tomar um remédio, que será administrado durante os primeiros meses, para que haja cicatrização”, explica o cardiologista.

A aposentada Alice Tamanini da Silva, de 74 anos, passou por um processo cirúrgico há três anos para implantar o Stent. “Fiz alguns exames que apontaram que meu coração não estava bombeando o sangue muito bem”, conta Alice. Ela informa que a cirurgia foi tranquila, e que, desde então, retorna ao médico ao menos uma vez por ano para acompanhar a evolução de seu quadro. Indagada se recomendaria esse tipo de procedimento para outros pacientes, a aposentada não hesita em responder. “Recomendo, é super tranquilo. Após a cirurgia, melhorou o cansaço que eu sentia antes”.

Lemos também afirma que o Stent é a modalidade de tratamento de doenças coronárias mais utilizada no mundo. “São 12 milhões de cirurgias por ano”, completa. O cardiologista revela ainda que, com o alto número de angioplastias  no Brasil (cerca de 150 mil anualmente), especialistas no país passaram a ver a necessidade de desenvolver a ferramenta aqui mesmo. O objetivo era diminuir, de forma gradual, a importação tanto do material quanto da tecnologia empregada no Stent. A aposta deu resultado.

“Passamos a ter aqui no Brasil mais tecnologia, estudamos para sermos os melhores e, hoje, exportamos para mais de 30 países”, relata o especialista. Ainda de acordo com Lemos, podemos considerar alguns de nossos centros médicos compatíveis com qualquer outro no mundo, até de países considerados mais desenvolvidos, no que diz respeito a esse tipo de tratamento das doenças coronarianas.

Em novembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a comercialização de um Stent de polímero, uma espécie de plástico especial. Ao entrar em contato com o sangue, o objeto vai se dissolvendo ao longo do tempo e desaparece em dois ou três anos. Até agora, somente 20 pacientes brasileiros utilizaram o Stent absorvível, que ainda não está disponível na rede pública.

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