Especialista esclarece dúvidas sobre vacina contra gripe H1N1

31 de março - 2016
Por: Equipe Coração & Vida

Com o surto de H1N1 no país, a cidade de São Paulo enfrenta uma corrida frenética pela vacina da gripe. Famílias passam até 3 horas em filas de clínicas particulares para conseguir imunizar os filhos e, em alguns casos, a vacina já está em falta.

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Boa parte da população, no entanto, continua sem receber a dose, já que o lote destinado à rede pública ainda não foi liberado. Com a correria, dúvidas sobre a vacina começam a surgir.

Foto: Shutterstock
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Para esclarecer algumas questões, o site Coração & Vida conversou com a médica infectologista Tania Strabelli, especialista em doenças infecciosas e parasitárias. Confira:

Quem toma a vacina da gripe está imediatamente imunizado contra a H1N1?

Não, nem contra os outros tipos de gripe. Normalmente, a vacina leva de duas a três semanas para fazer efeito. Quando o paciente já tomou a vacina em outros anos, esse tempo de resposta cai para dez dias. É por isso que muita gente que toma a vacina e fica gripado logo em seguida acha que a vacina não funciona ou que ela é que causou a gripe. Na realidade, a pessoa já estava incubando um quadro de gripe e acaba ficando doente.

Quem tomou a vacina do ano passado ainda está imunizado contra H1N1?

Normalmente não está. O que se sabe é que a imunidade vai caindo ao longo dos meses, mas essa curva não é exatamente conhecida. Quando vai chegando perto da próxima campanha de vacinação, algumas pessoas estão protegidas e outras não.

O Ministério da Saúde afirmou que a taxa de adesão da população de São Paulo à campanha de vacinação contra a gripe em 2015 foi a menor nos últimos três anos e ficou abaixo da média nacional. Isso pode estar relacionado ao aumento dos casos em 2016?

Pode ter sido por isso que o surto começou mais cedo, mas ainda não sabemos exatamente a resposta. O Instituto Adolfo Lutz está sequenciando os vírus e assim saberemos. O ideal é que as pessoas dos grupos de risco estejam vacinadas. Quanto mais as pessoas se vacinarem, menor a incidência da doença.

A vacina da rede privada é mais eficaz do que a da rede pública?

A diferença neste ano é que a pública é trivalente, com três cepas do vírus Influenza. A particular é quadrivalente, com quatro cepas, mas com relação à H1N1 não há diferença, as duas imunizam da mesma forma.

E quem foi contaminado, o que deve fazer para evitar o contágio de outras pessoas?

Além de procurar atendimento médico, as pessoas que estão doentes não devem sair de casa. Quanto mais elas circulam, mais disseminam o vírus, por isso que é importante ficar em casa ingerindo bastante líquido, repousando e se alimentando corretamente enquanto tiveram enfrentando algum quadro de doença respiratória ou com febre. Crianças doentes também não devem ser levadas à escola. Reduzir a circulação de pessoas doentes ajuda diminuir a incidência do vírus.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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