Estudo mostra que dieta low carb feita incorretamente pode encurtar a vida
Assim como em tudo na vida, o equilíbrio parece ser a melhor saída. Na alimentação não é diferente: um estudo publicado nesta semana no periódico The Lancet Public Health mostrou que a dieta low carb, popular para perder peso, pode encurtar a vida em até quatro anos se não for feita de forma correta. O resultado da pesquisa sugere que a mortalidade aumenta quando os carboidratos são trocados por gordura ou proteína animal, mas diminui quando são substituídos por uma dieta baseada em vegetais.
O estudo, feito com um grande público ao longo de 25 anos, chegou à conclusão que quando a ingestão de carboidratos corresponde a menos de 40% da necessidade calórica diária, o risco de morte é maior.
A pesquisa, no entanto, descobriu que o risco de morte variava de acordo com a fonte dos macronutrientes: a mortalidade aumentava quando os carboidratos eram trocados por proteína ou gordura animal, mas diminuía quando as substituições eram feitas com proteína e gordura vegetal.
As dietas low carb feitas de forma irrestrita no Brasil, porém, se valem de uma ingestão alta de proteínas e gorduras animais, o que, de acordo com a publicação, aumenta o risco.
Muito carboidrato também faz mal
O estudo, no entanto, não libera para uma “farra” de carboidratos, já que a ingestão acima do recomendado desse grupo alimentar também pode trazer consequências graves à saúde, como obesidade, diabetes, entre outros problemas. O risco ficou definido quando a quantidade de carboidratos extrapolava 70% da ingestão calórica diária.
A faixa que oferece riscos mínimos, de acordo com a pesquisa, é aquela em que a quantidade diária de carboidratos gira em torno de 50 a 55% da necessidade calórica diária, e a fonte desses carboidratos vem de alimentos naturais, como vegetais e grãos integrais.
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo