Exercícios físicos são fortes aliados contra a asma, diz estudo

26 de agosto - 2015
Por: Equipe Coração & Vida

Quem conhece pessoas com problemas crônicos de respiração sabe que convidá-las para uma caminhada mais forte é perceber o receio que elas têm com uma possível crise.

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Muitos portadores de asma não apenas evitam os exercícios como encaram a “bombinha” – o dispositivo com remédio bronco-dilatador – como a única forma de afastar o perigo do fechamento das vias aéreas. Um estudo recente feito no Brasil, no entanto, tende a mudar essa programação.

Exercícios físicos são fortes aliados contra a asma, diz estudo
Foto: Shutterstock

Uma pesquisa finalizada em 2014 e publicada agora avaliou o impacto da atividade física em 43 pacientes asmáticos entre 20 e 59 anos cujos sintomas estavam controlados com medicamentos e que tinham sido monitorados por seus médicos há pelo menos seis meses.

Liderado pelo professor Celso Carvalho, também pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o estudo concluiu que pessoas asmáticas que fazem exercícios aeróbicos ao menos três vezes por semana, por ao menos 30 minutos, conseguem inibir as crises.

“Pessoas com asma sofrem de broncoespasmos porque têm as vias aéreas mais irritáveis – com atividade intensa, pó em excesso e outros agentes, as vias se fecham, causando sintomas como a tosse e a falta de ar. Mas começamos a estudar as melhorias dos exercícios na qualidade de vida e na capacidade respiratória e concluímos que eles têm, sim, efeito igual ao dos remédios para tratamento”, diz Carvalho.

O grupo de pessoas observadas que mantiveram uma rotina de exercícios apontou muito menos casos de crises nas vias aéreas. Os sintomas caíram pela metade, sugerindo pela primeira vez que a prática de exercício tem ação anti-inflamatória.

Antes, observava-se muito que pessoas asmáticas, até pelo receio das crises, evitavam exercícios tidos como de alto impacto e procuravam atividades como musculação e pilates. O estudo brasileiro, porém, mostra que é preciso investir mesmo nos esportes como natação, corrida leve, bicicleta ou, por exemplo, a dança.

“Nem todas as pessoas ficam completamente livres da asma, mas todos melhoram consideravelmente”, diz o professor Celso Carvalho. “Para notar esse ganho, é consultar um médico especialista e, se liberado, começar de forma moderada e ir intensificando.”

O professor lembra que, até pouco tempo, crianças com quadro de broncoespasmos, por exemplo, eram vetadas de praticar exercícios de intensidade. As pessoas achavam que as vias aéreas fechariam e os menores passariam muito mal – mas a pesquisa mostra que, progredindo com o esporte escolhido, o quadro se modifica completamente. Um exemplo? O nadador Fernando Scherer, o Xuxa, é asmático – e também medalhista olímpico.

Acontece que, até os cinco ou seis anos de idade, não é possível confirmar se uma criança é de fato asmática. Só depois dessa idade é que ocorre o diagnóstico. E mesmo pessoas diagnosticadas com asma podem ver os sintomas cessarem por muitos anos com ou sem remédios e, mais tarde, retornar ao quadro crítico (a gravidez ou o sedentarismo, por exemplo, podem ser gatilhos de crises). Com os exercícios regulares, a melhora é constante.

No mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, calcula-se que 235 milhões de pessoas são portadoras de asma.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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