Expansão do HIV é maior entre jovens

01 de dezembro - 2015
Por: Equipe Coração & Vida

Mais de 798 mil pessoas vivem com o HIV no Brasil, segundo dados divulgados nesta terça-feira, Dia Mundial de Luta contra a Aids, pelo Ministério da Saúde.

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A epidemia tem se concentrado, principalmente, entre populações vulneráveis e os mais jovens. Em 2004, a taxa de detecção entre jovens – de 15 a 24 anos – era de 9,5 casos a cada 100 mil habitantes, o que equivale a cerca de 3,4 mil casos. Já em 2014, esse número foi de 4,6 mil casos, representando um taxa de detecção de 13,4 casos por 100 mil habitantes, um aumento de 41% nessa população.

Foto: Shutterstock
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“Este é um fenômeno geracional que tem nos preocupado. Vários podem ser os fatores que levam a esse crescimento. Trata-se de uma geração muito mais liberal do que a anterior, em relação às questões sexuais. Além disso, é uma geração que não viveu o auge da epidemia de Aids nos anos 80, quando muitos ídolos da juventude morreram de forma dramática”, avaliou o  diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita.

Segundo o diretor, o crescimento da epidemia entre jovens não é um fenômeno apenas no Brasil, mas comum a todos os países.

Taxa de detecção

A taxa de detecção de Aids caiu 5,5% em um ano, de 20,8 casos por 100 mil habitantes em 2013 para 19,7 casos por 100 mil habitantes em 2014.

Nos últimos 12 anos, a taxa de detecção de Aids caiu 9%, passando de 21,6 casos por 100 mil habitantes em 2003 para 19,7 por 100 mil habitantes em 2014.

O incentivo ao diagnóstico e ao início precoce do tratamento, antes mesmo do surgimento dos primeiros sintomas da doença refletiram na redução da mortalidade e a morbidade do HIV.

Desde 2003, houve uma queda de 10,9% na mortalidade dos pacientes com Aids no país. A taxa caiu de 6,4 óbitos por 100 mil habitantes em 2003 para 5,7 óbitos por 100 mil habitantes em 2014, quando foram registradas 12.449 mortes.

“Nossa preocupação é garantir que todo e qualquer cidadão se submeta ao exame para identificar a existência do vírus e, em caso positivo, inicie imediatamente o tratamento que é fornecido gratuitamente na rede pública de saúde para 100% dos pacientes com HIV. Essa ação tem um impacto crucial na mortalidade e na qualidade de vida dessas pessoas”, orientou o ministro da Saúde, Marcelo Castro.

Os dados mostram quedas importantes no coeficiente de mortalidade em estados como o Rio Grande do Sul (-10,9% no período de 2003 a 2014); Santa Catarina (-19,8%), São Paulo (-40,2%) e Goiás (-12,5%).

Os números são resultado de um conjunto de medidas desenvolvidas pelo Ministério da Saúde como a implantação, em 2013, do Novo Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids.

De janeiro a outubro de 2015, mais de 65,7 mil novas pessoas com HIV e Aids entraram em tratamento pelo SUS, um crescimento de 7% comparado ao mesmo período de 2014.

Também houve uma queda na proporção das pessoas que chegam aos serviços com diagnóstico tardio, apresentando comprometimento imunológico sério. Esta proporção passou de 31% em 2009 para 25% em 2015.

Teste rápido

Os dados reacendem a importância de usar camisinha, fazer o teste de HIV e o iniciar o tratamento, em caso de soropositividade.

A evolução tecnológica nos exames laboratoriais já permite a detecção dos anticorpos para o vírus da Aids em um prazo bem curto, de até 30 minutos.

Disponibilizados no Brasil pelo Ministério da Saúde, os testes colhem saliva do paciente ou uma gota de sangue da ponta do dedo. Os exames podem ser feitos gratuitamente e de forma anônima na rede pública.

O teste feito com a gota de sangue fica pronto em meia hora. Já o resultado do teste da saliva, no qual o paciente recolhe uma amostra da mucosa bucal com um bastão, leva de dez a quinze minutos para sair o resultado.

Apesar dos benefícios que oferece, a realização do teste do HIV ainda causa medo nos pacientes. Segundo especialistas, o receio de que o resultado seja positivo afasta o paciente dos centros de triagem.

Não adianta fazer o exame logo após a exposição a uma situação de risco. É preciso aguardar um determinado tempo para realizar os testes, a chamada “janela imunológica”. Esse intervalo é necessário para que o corpo produza anticorpos anti-HIV, que são detectados pelos exames.

Para o teste rápido de sangue tem que esperar 45 dias, no mínimo. No caso da saliva, 60 dias. O de sangue tradicional, o mais moderno, fica positivo com quatro semanas.

Se o resultado do primeiro teste rápido for positivo, é feito um segundo exame (com reagente) de uma marca diferente para garantir a veracidade do teste.

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