Exposição solar inadequada aumenta riscos de câncer de pele

09 de janeiro - 2017
Por: Equipe Coração & Vida

O verão e suas altas temperaturas são convidativos para ficar mais sob o sol e se divertir na praia ou piscina, colocando o bronzeado em dia. No entanto, é preciso tomar algumas medidas para evitar os efeitos nocivos do sol.

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A exposição sem a proteção adequada e em horários de maior incidência de raios ultravioletas, além de causar vermelhidão e ardor, aumenta também o risco de desenvolver câncer de pele.

Foto: Shutterstock
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Hoje, esse é o tipo de câncer mais frequente no Brasil. Pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) aponta que 4,5 milhões de brasileiros já tiveram a doença. Para 2016, foram estimados 181.430 novos casos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

“A prevenção é muito importante, principalmente em crianças e jovens adultos, uma vez que o câncer de pele é o resultado de uma exposição inadequada ao sol ao longo da vida”, explica Rodrigo Munhoz, oncologista do Hospital Sírio-Libanês.

Há dois tipos de câncer de pele: não-melanoma e melanoma. O primeiro é o mais comum, sendo menos agressivo e de mais fácil tratamento. O tipo melanoma é o mais grave, por ter maior possibilidade de se espalhar para outros órgãos, causando metástase, e representa apenas 3% dos casos.

Esses tipos de tumores são mais recorrentes a partir dos 40 anos, resultado da exposição solar ao longo da vida. Pessoas de pele clara, que ficam vermelhas com facilidade em contato com o sol, com muitas pintas e com histórico de doenças anteriores na pele têm maior propensão a desenvolverem câncer de pele.

“Os grupos de maior risco são pessoas com histórico de câncer de pele na família, quem já teve a doença, indivíduos de pele ou olhos claros, ruivos ou ainda algumas pessoas com alterações genéticas, além daquelas que se expõem muito ao sol, mesmo que na infância”, aponta Caio Lamunier, dermatologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).

É importante ainda observar possíveis alterações na pele, como mudanças no tamanho e na coloração das pintas, usando uma regra chamada de ABCD pelos médicos. “A” refere-se à assimetria da pinta, quando as duas metades são iguais; B às bordas, que devem ser regulares; C à cor, elas devem ter a mesma coloração; e D ao diâmetro, com até 0,5 centímetros. Qualquer alteração em um desses fatores, um dermatologista deve ser procurado para avaliação.

“Os estudos não apontam a eficácia de exames regulares preventivos. No entanto, quem tem muitas pintas, mais de 100, é aconselhável fazer um acompanhamento para que possíveis alterações na pele sejam mais rapidamente identificáveis”, orienta Munhoz.

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O câncer de pele normalmente tem cura, dependendo do tipo de câncer e do quão avançado ele está. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental.

“O diagnóstico pode ser realizado já no exame dermatológico, mas eventualmente é necessário biópsia ou exames de imagem. O tratamento também vai variar muito de acordo com o tipo de câncer e o quão avançado ele está. A maioria dos casos é tratada com cirurgia, mas pode ser necessário radioterapia ou quimioterapia. Há tratamentos menos invasivos para casos em estágios iniciais”, destaca Lamunier.

O especialista do Sírio-Libanês aponta ainda o perigo dos bronzeamentos artificiais, que devem ser evitados por elevar a incidência da doença. Segundo a SBD, eles aumentam em 75% o risco de câncer da pele, em pessoas até 35 anos, além de acelerar o envelhecimento precoce e provocar outras dermatoses. Desde 2009, o bronzeamento artificial é proibido no País.

“No Brasil, valoriza-se muito a pele bronzeada. Entretanto, o bronzeamento é um mecanismo de defesa da pele ao efeito nocivo dos raios solares, e isso não é saudável. Pior do que o bronzeamento é a pele vermelha de sol. A pele vermelha é uma queimadura e indica que houve exposição solar intensa em um curto período de tempo. Queimaduras repetitivas levam ao envelhecimento precoce, manchas e câncer de pele”, alerta o especialista do Icesp.

De olho no sol

A exposição moderada ao sol e nos horários indicados é benéfica ao corpo.

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“A proteção solar deve ser um hábito diário, mesmo em dias frios ou nublados. Aplique o produto em toda a área descoberta da pele, não se esquecendo das orelhas, colo, mãos e pés, e reaplique sempre que necessário”, aconselha Lamunier.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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