Férias de julho: uso de capacete reduz risco de lesão no cérebro, diz estudo

28 de junho - 2019
Por: Equipe Coração & Vida

 

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As férias se aproximam e é preciso ter cuidado com as brincadeiras e atividades ao ar livre, principalmente quando envolve crianças. A prática de esportes, sobretudo os radicais, sem equipamentos de segurança, principalmente o capacete, pode resultar em tragédia.

Na quarta-feira 26, o apresentador Luciano Huck postou uma imagem do crânio do filho Benício, de 11 anos, onde era possível visualizar uma séria lesão. A criança, sofreu um acidente enquanto praticava wakeboard, sem proteção– esporte realizado sobre prancha, puxado por uma lancha. Após o susto com o filho (Benício recebeu alta do hospital na  terça-feira 25), o apresentador utilizou suas redes sociais para fazer um apelo a seus seguidores: “usem capacete para todos os esportes, seja na terra ou na água”.

O garoto precisou passar por cirurgia neurológica, por conta de uma lesão no crânio. Mas ele não é exceção. De acordo com a ONG Criança Segura, acidentes são, hoje, a principal causa de morte entre crianças de um a 14 anos no Brasil. Todos os anos, cerca de 3,7 mil crianças dessa faixa etária morrem e outras 113 mil são hospitalizadas devido a acidentes diversos, no país. Atenção e cuidados são essenciais.

Neurologista do Hospital Sírio Libanês, Mateus Trindade confirma que o capacete é necessário em todas as atividades que apresentam risco de queda. “Apesar de ser muito resistente, a calota craniana não protege 100% contra impactos fortes”, explica.

De acordo com o médico, traumatismo craniano pode deixar diferentes sequelas, dependendo da área do cérebro atingida — além de ocasionar graves condições, como sangramento do órgão. Nestas situações, cirurgia para drenagem, ou coma induzido podem ser práticas comuns, em casos mais graves.

Estudo australiano
Um estudo importante, com mais de 64.000 ciclistas, em todo o mundo revelou que o uso contínuo de capacetes reduz em quase 70% os riscos de lesões graves na cabeça. Por meio do mesmo trabalho, os pesquisadores concluíram que lesões no pescoço não estão associadas ao uso de capacetes e ciclistas que usam capacetes reduzem em 65% as chances de um traumatismo craniano fatal.

Uma análise abrangente feita pelos estatísticos australianos Jake Olivier e Prudence Creighton, da Universidade de New South Wales, reuniu dados de mais de 40 estudos diferentes e descobriu que o uso de capacete, também revelou segurança: o uso de capacetes está associado a uma redução drástica nas chances de ferimentos na cabeça.

As descobertas foram apresentadas na conferência mundial sobre prevenção de lesões e promoção da segurança, há três anos. E Mateus Trindade faz um alerta: o uso do capacete deve ser utilizado por pessoas de todas as idades, até em atividades recreativas como andar de moto, bicicleta, skate, patins e patinete, além da prática de esportes radicais como rapel, bungee jumping, paraquedismo, wakeboard, kitesurf , entre outros. O uso de luvas, cotoveleiras e joelheiras também é recomendado.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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