Férias sem stress?
O período de férias escolares é o mais aguardado pelas crianças de todo o mundo. No caso do Brasil, os meses de dezembro e janeiro, graças ao Verão, são ainda mais esperados pelos pequenos, que aproveitam as horas extras para extrapolar nas atividades e brincadeiras.
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Aos pais resta redobrar a atenção e algumas dicas podem ser especialmente úteis para aqueles que desejam passar pelas férias com o mínimo possível de percalços.
De acordo com o pediatra Thiago Gara, do Hospital e Maternidade São Luiz, unidades Anália Franco e São Caetano, atenção é a palavra-chave para evitar acidentes e incidentes desagradáveis envolvendo as crianças, dentro e fora de casa.
Um dos destinos mais procurados pelas famílias nessa época do ano é a praia. É lá também que costumam ocorrer os incidentes mais comuns, como afogamentos e desaparecimentos. Para evitar perder a criança, o especialista recomenda uma atitude simples, mas que pode evitar problemas em praias, que certamente estarão lotadas.
“Para as crianças entre dois e nove anos os pais podem optar por colocar uma pulseira de identificação, para que seja mais simples uma localização caso ela se perca”, afirma Gara, que fala também sobre os riscos na água.
“A atenção sempre é a melhor prevenção. Além disso, respeitar os avisos e sinalização como profundidade das piscinas e mar agitado, por exemplo. O uso de boia dá uma falsa segurança a quem está usando. Se a opção for feita em praias, a atenção deve ser redobrada, devido à possibilidade de correntes e ondas que as deslocam para longe”, complementa.
Os perigos não estão restritos apenas ao litoral e, durante as férias, aumentam as chances de pequenos acidentes domésticos, como quedas e incidentes envolvendo bicicletas, skate ou patins.
“Ao andar de bicicleta, skate ou patins, um dos maiores perigos em quedas é a lesão na cabeça. Para isso, recomenda-se o uso do capacete. No caso da bicicleta, além do capacete, as crianças devem sempre usar sapatos fechados e evitar cadarços folgados ou soltos. Caso a criança caia e se esfole, lavar o ferimento com água corrente e sabão para prevenir infecção local. O uso de gelo envolto por um lenço no local da pancada ajuda a diminuir o inchaço provocado”, explica.
“Caso a queda leve a uma suspeita de fratura, mobilizar o mínimo possível o local comprometido e levar a criança a uma unidade de pronto atendimento. A brincadeira deve sempre acontecer em locais seguros, como parques, ciclovias e praças, distante ao fluxo de carros”, completa.
Outra preocupação frequente dos pais está relacionada ao clima característico das férias de fim de ano. O forte calor do período, associado com o maior tempo exposto ao Sol, traz dúvidas em relação ao uso correto do protetor solar e também à alimentação adequada.
Para isso, o especialista recomenda que sempre se utilize o protetor solar, evitando também a exposição prolongada e repetida ao Sol.
“O uso de fotoprotetor está indicado a partir do sexto mês de vida. Antes disso, é recomendável a não exposição ao Sol. Até os dois anos de idade, dar preferência aos filtros físicos com FPS maior ou igual a 30. Levar em consideração a cor da pele; quanto mais clara, maior o fator de proteção. O FPS deve ser passado 20 minutos antes da exposição em todo o corpo, antes de vestir a roupa e deve ser aplicado novamente a cada 2 horas ou após mergulhar”, explica.
É preciso recordar ainda a recomendação de se evitar a exposição ao Sol entre 10h e 16h. A partir dos 2 anos, o indicado é utilizar o protetor solar indicado ao público infantil, sem desconsiderar as orientações anteriores. Caso a criança apresente ardência na pele após exposição solar, o ideal é fazer compressa fria no local. Além disso, um médico pode e deve ser consultado para avaliar a gravidade da lesão.
Quanto à alimentação em dias muito quentes, o pediatra observa que é necessário ofertar uma quantidade maior de líquidos à criança, seja na forma de água, seja por meio de sucos naturais e/ou frutas.
Em dias de praia ou piscina, opte por refeições compostas de alimentos de fácil digestão. Evite também o consumo de produtos com grandes quantidades de gordura ou muita proteína, pois estes ingredientes tendem a ter uma digestão mais lenta. Por fim, ao comprar alimentos/bebidas na praia, atente-se à procedência e ao modo de preparo, para evitar problemas.
Se for viajar, prepare um kit de medicamentos para as crianças. É uma precaução, mas poderá ser muito útil. Nesse kit, de acordo com o pediatra, não pode faltar: remédio para dor e febre; para vômitos e dor de barriga; soro fisiológico para limpeza nasal; soro de reidratação oral e em pó; pomada para queimaduras; micropore e gaze para curativos.
Boas férias!
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo