HIV soropositivos se beneficiam de terapias alternativas

06 de abril - 2016
Por: Equipe Coração & Vida

O Brasil registrou em 2015 um número recorde de pessoas em tratamento contra HIV com antirretrovirais. Mais de 80 mil brasileiros começaram a se tratar no ano passado, um aumento de 13% em relação a 2014, quando 72 mil pessoas aderiram aos medicamentos. De 2009 a 2015, o número de pessoas em tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) aumentou 97%.

As agulhas como armas da saúde

Há uma parcela de pacientes HIV positivos que, além de realizarem o tratamento com medicamentos, fazem terapias complementares, como a acupuntura, que já estão disponíveis em unidades públicas de saúde.

Foto: Shutterstock
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Só nas unidades estaduais da rede pública de São Paulo, o número de sessões de acupuntura triplicou em cinco anos, passando de 81 mil em 2008 para 247 mil em 2013, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde.

Essas técnicas terapêuticas não substituem o tratamento com antirretrovirais, mas oferecem ao paciente com Aids alívio dos sintomas da doença.

De acordo com o médico infectologista e acupunturista Marco Broitman, do Hospital do Servidor Público Estadual, são inúmeros os fatores que afetam a qualidade de vida dos pacientes soropositivos, estando ou não em tratamento medicamentoso. Estresse, ansiedade, depressão, dores, insônia, fadiga, perda de peso, náuseas, anorexia, diarreia e disfunção sexual são alguns deles.

“A acupuntura pode beneficiar os pacientes a qualquer momento no curso de seu tratamento, tanto para tratar os aspectos emocionais e psicológicos como para as consequências da progressão da doença e possíveis efeitos adversos dos medicamentos”, afirma.

Os efeitos colaterais da medicação também podem afetar fortemente um paciente com HIV. “Em algumas situações particulares, o ‘coquetel’ pode levar a mais efeitos adversos, como náuseas, diarreia, insônia e neuropatias”, explica Broitman.

Além da acupuntura, outras técnicas como tai chi, meditação, homeopatia, fitoterapia são empregadas na rede estadual. Segundo o especialista, estudos associam portadores de doenças crônicas à elevada procura por tratamentos complementares à medicina tradicional.

As terapias complementares podem causar efeitos adversos, mas são mínimos e raramente significativos. As técnicas, no entanto, precisam ser aplicadas por profissionais especializados para garantir a segurança dos pacientes.

Números do HIV

O último relatório anual da Unaids, programa das Nações Unidas sobre HIV, mostrou que o número de novas infecções pelo vírus diminuiu 35,5% entre 2000 e 2014. O relatório destacou que o mundo conseguiu atingir a meta  de tratar 15 milhões de pessoas com HIV até o ano de 2015. O número foi atingido em março deste ano e corresponde a 41% de todos os adultos vivendo com HIV.

Já no Brasil, os novos casos aumentaram no mesmo período. Em 2000, estimava-se que o número de novos casos de HIV estava entre 29 mil e 51 mil. Em 2014, estimou-se entre 31 mil e 57 mil novos casos. O crescimento da doença se dá principalmente entre os jovens. O número de casos entre garotos de 15 e 19 anos aumentou 53% de 2004 a 2013. No Brasil, a estimativa é que 734 mil pessoas estejam contaminadas.

Prevenção

A principal forma de prevenir a Aids é usando preservativo nas relações sexuais, mas o vírus HIV pode ser transmitido por agulhas contaminadas, por contato com fluidos corporais de portadores da doença e de mãe para filho.

Para evitar o contágio, seringas e agulhas não devem ser compartilhadas. Gestantes portadoras de HIV precisam seguir tratamento recomendado durante o pré-natal para evitar a contaminação do bebê.

Em caso de suspeita de contaminação, o serviço de saúde deve ser procurado rapidamente para a realização de exames e profilaxia.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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