Hospital lança campanha de prevenção de cardiopatias em mulheres
No Dia Internacional da Mulher, o Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês lançou, em São Paulo, uma campanha voltada à saúde feminina, com o apoio do diretor da unidade, o cardiologista Roberto Kalil Filho.
As iniciativas propõem um novo olhar sobre o coração e visam difundir informações sobre prevenção e tratamento correto de doenças cardiovasculares entre o público feminino.
“A mulher costuma ir ao ginecologista anualmente, mas ignora que é preciso procurar um clínico cardiologista para avaliar riscos de problemas cardíacos”, disse Kalil.
Segundo o cardiologista, os números das doenças coronarianas entre as mulheres apontam para a necessidade de intervenção imediata. “É um mito que a mulher não infarta. A conscientização é muito importante porque a mulher infarta da mesma maneira que o homem.”
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um terço de todas as mortes de mulheres ocorre por causa de doenças do coração. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), há 50 anos, as mulheres brasileiras representavam apenas 10% das ocorrências cardíacas, mas hoje este número subiu para 48%.
A cardiologista do Hospital Sírio-Libanês Roberta Saretta afirmou que o aumento de ocorrências se deve a uma maior exposição das mulheres aos fatores de risco cardíacos, como estresse, colesterol alto, hipertensão arterial, tabagismo e sedentarismo. “A maioria das mulheres não tem consciência desse risco.”
O lançamento da campanha também contou com a presença de médicas comprometidas com a prevenção de problemas cardíacos nas mulheres. Elas irão integrar o futuro serviço de avaliação direcionado ao coração da mulher do Sírio-Libanês. São as médicas Claudia Cozer Kalil, do Núcleo de Obesidade e Transtornos Alimentares; Amanda Rodrigues, da cardiologia do exercício; Marianne Pinotti, ginecologista e obstetra; e Laura Testa, oncologista clínica.
Todas essas especialidades irão auxiliar a evitar a doença cardíaca no público feminino, incentivando a realização de exercícios físicos, avaliando risco de diabetes e tratando a obesidade, que são fatores de risco para problemas cardiovasculares.
A presença de uma oncologista no grupo chama a atenção para o risco de desenvolvimento de doenças no coração entre as mulheres que fazem tratamento para o câncer de mama. De acordo com Laura Testa, o uso de medicamentos contra tumores pode causar problemas cardíacos e isso não pode ser negligenciado.
“Antes, a paciente se curava do câncer e tinha uma doença coronariana lá na frente. Agora, cuidamos para que isso não aconteça com ajustes na medicação e apoio da equipe de cardiologia.”
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo