Inovações tecnológicas mudarão o mundo da saúde

11 de fevereiro - 2017
Por: Equipe Coração & Vida

A evolução no setor da saúde acontece desde sempre – motivada por necessidade, por descobertas científicas, pela dedicação em atender mais pessoas do modo mais eficiente possível. Hoje, porém, as inovações ganharam a atenção não apenas de médicos e pesquisadores, mas também de engenheiros e especialistas em informática.

No mundo como um todo, esse movimento ganhou incentivos ao longo do tempo, mas as coisas ainda aconteciam lentamente. Há tempos, as inovações em saúde tomaram força em faculdades e centros de pesquisa, mas, com o passar dos anos, outros berços se dispuseram a criar o futuro – como startups voltadas exclusivamente a construir novos horizontes para o setor.

A revolução digital e tecnológica vem fazendo surgir, ano a ano, iniciativas que, antes, poderiam parecer ficção científica. Estas são algumas delas – muitas ainda em fase de experiência, mas vistas por profissionais da área como o futuro da saúde.

Realidade aumentada para educação em medicina

Realidade aumentada
Realidade aumentada – Foto: Divulgação

Acreditando que a educação médica não pode parar no tempo, universidades vêm se unindo a empresas particulares para prover uma reformulação total. Estima-se que, hoje, apenas os Estados Unidos precisem de 96 mil médicos a mais – e isso pede uma formação mais produtiva. Como fazer os estudos avançarem? Programas de tecnologia já permitem que os estudantes aprendam sobre anatomia sem depender de abrir cadáveres, por exemplo. E não é só sobre animações 3D em uma tela: a holografia e a realidade aumentada permitirão quase manipular um órgão virtual.

Menos papel, mais prontuários digitais

Prontuário digital
Prontuário digital – Foto: Divulgação

Prontuários digitais não devem ser mais um sonho distante. Graças à facilidade de criar aplicativos e mesmo sistemas completos via internet, hoje já é possível ver o fim da papelada de históricos perdidos. Os novos prontuários são projetados para conter e compartilhar informações de todos os fornecedores envolvidos nos cuidados com uma pessoa – podendo ser criados, gerenciados e consultados por profissionais autorizados e funcionários de toda organização (ou mais de um médico ou hospital). Registros digitais permitem “se mover” com o paciente, dando aos especialistas de uma enfermaria ou mesmo uma casa de saúde detalhes sobre cada indivíduo – podendo registros que duram anos, mostram evoluções, identificam incoerências e evitam erros de diagnóstico.

Decodificadores de condições de saúde

 Tricorder
Tricorder – Foto: Divulgação

Começou com medidores de pressão arterial e de glicemia. E então pesquisadores da saúde, preocupados com o deslocamento de pacientes, desafiaram engenheiros de software a criar dispositivos que fizessem mais que isso. Muitos aceitaram o desafio: hoje, empresas privadas e centros de pesquisa já vêm desenvolvendo aparelhos capazes de identificar doenças ainda nos lares das pessoas. São maquininhas como o Tricorder, da Qualcomm, capaz de identificar até 30 doenças – desde apneia do sono até tuberculose e um ataque cardíaco. Parece invenção do cinema, mas é o futuro.

O drone-ambulância

Holandês Alec Momont com seu drone - AFP PHOTO/Bas Czerwinski/ANP
Holandês Alec Momont com seu drone-ambulância – AFP PHOTO/Bas Czerwinski/ANP

Os drones estão positivamente infiltrados na sociedade. E na saúde dela também. São muitas as iniciativas usando os aparelhos voadores – sendo que uma das mais viáveis até o momento foi um protótipo criado pelo holandês Alec Momont. Ao custo de US$19 mil por unidade, poderia ajudar cerca de 800 mil pessoas que sofrem parada cardíaca a cada ano na Europa. O drone é a versão diminuída de uma ambulância, equipado com um desfibrilador externo automatizado, aparelho leve, portátil e que funciona com bateria disponível em muitos locais públicos, como shopping centers, estações e centros de convenção. O drone com navegação GPS (capaz de encontrar o celular de quem o chamou) carrega uma webcam para que as pessoas no local da emergência possam se comunicar com os médicos sobre como cuidar do paciente.

Marcapassos menores e stents absorvíveis

Marcapasso
Marcapasso – Foto: Divulgação

O marcapasso foi criado nos anos 1960 quase sem querer (quando o médico-pesquisador Wilson Greatbatch projetava um circuito para gravar sons do coração e plugou o resistor errado no dispositivo, conseguindo o som de um batimento ritmado). De lá para cá, eles evoluíram pouco – mas duas empresas privadas vêm se dedicando a criar marcapassos tão pequenos que diminuem drasticamente o risco de infecção. Outra boa notícia para o coração: todos os anos, milhares de pacientes com problemas coronários passam pela colocação de stents (próteses de metal perfurado para desobstruir as artérias); na maioria dos casos, os stents ficam no organismo para sempre – mas, em alguns casos, eles podem inibir o fluxo de sangue e causar problemas. Novos modelos criados por pesquisadores norte-americanos, no entanto, têm capacidade de se desintegrar. Os stents bioabsorvíveis, calcula-se, formarão um dos mercados mais importantes e valiosos para a saúde nos próximos anos.

Medicamentos personalizados por impressão 3D

Impressão personalizada de comprimido
Impressão personalizada de comprimido – Foto: Divulgação

As impressões 3D são outra modalidade tecnológica que surge em quase qualquer ramo de atividade hoje em dia. Na saúde, os usos já são diversos (como a impressão de próteses, por exemplo). Mas o mais interessante talvez seja a impressão personalizada de comprimidos. E não é só pela praticidade de “imprimir” um medicamento na hora, em plena farmácia, de acordo com a receita e na quantidade certa. Especialistas apontam, em especial, que os remédios impressos servirão principalmente para pacientes que respondem de modo diferente a determinada fórmula (hoje vendida pronta e igual para todos). Particularidades quanto a idade, gênero ou peso, por exemplo, também poderão ser melhor levadas em consideração. E remédios para males diversos poderão ser concentrados em uma única pílula – tornando tratamentos mais focados e a busca pela saúde, mais eficiente.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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