Jejum intermitente: o que é, quem pode fazer e como deve ser feito

28 de outubro - 2019
Por: Equipe Coração & Vida

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Uma técnica bastante conhecida por quem busca perder peso é o jejum intermitente. Trata-se de um método de emagrecimento que visa intercalar períodos de jejum com períodos de alimentação. O objetivo é fazer com que o corpo utilize estoques de gordura e, consequentemente, haja perda de massa gorda.

De acordo com um levantamento da fundação Conselho Internacional para Informação sobre Alimentação, o jejum intermitente foi a dieta mais popular de 2018. Mas há quem diga que não se trata de uma dieta e, sim, estilo de vida.

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O jejum intermitente pode ser feito de várias formas, mas sempre envolve um período de tempo no qual o praticante come muito pouco ou nada, em intervalos regulares: intercalar 24 horas de jejum com 24 horas de dieta, ou 20 horas de jejum e 4h de dieta, ou, o mais comum, 16 horas de jejum e 8 horas de dieta —  lembrando que a escolha da melhor forma de seguir um jejum intermitente deve ser conversada com um especialista (nutrólogo, endócrino ou nutricionista), que fará exames específicos e saberá dizer o melhor protocolo indicado para cada pessoa.

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Um artigo publicado esse ano pela revista de nutrição Elsevier afirma que o jejum pode, sim, ser eficaz para a perda de peso, desde que associado a uma dieta com restrições calóricas. Mas, de acordo com especialistas, seus efeitos no corpo humano a longo prazo ainda não são totalmente conhecidos. Por isso, Coração & Vida conversou com uma médica nutróloga e nutricionistas.  “Quando feito corretamente, realizado em apenas alguns dias da semana, por um período de tempo adequado a cada pessoa, o jejum auxilia o emagrecimento e traz longevidade”, diz a nutricionista Paula Hertel, de São Paulo.

Nutróloga do Hospital Israelita Albert Einstein, Andrea Pereira explica que, durante jejuns prolongados, o organismo, para produzir energia e manter o seu funcionamento normal, começa a quebrar as reservas de carboidrato e gordura, levando à perda de peso. Mas o protocolo não é o mesmo para todos os indivíduos.  “Caso o paciente tenha pouca reserva desses dois elementos, pode haver quebra de músculo, causando perda de força muscular e queda de performance”, explica a médica.

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Andrea destaca, ainda, outro risco: a possibilidade de haver episódios de hipoglicemia, ou seja, alta de açúcar no sangue que pode levar a desmaio e até ao coma. Por isso, o método não é indicado para diabéticos, por exemplo. Pessoas com transtornos alimentares, a exemplo de compulsão, também não devem aderir ao método.

Mas, de forma geral, estudos têm mostrado alguns benefícios do jejum intermitente para o organismo, como redução do volume de gordura visceral, melhora do colesterol e redução de casos inflamatórios. “E há indícios de que pessoas obesas tenham uma melhor adesão ao jejum intermitente quando comparado com outras dietas”, conta a nutricionista Thaís Cardel.

O que nem todo mundo sabe é que durante o jejum, a ingestão de água, café e chá (sem açúcar) é permitida. No período de dieta liberada, o melhor é optar por um cardápio saudável, em que haja equilíbrio de gorduras, carboidratos e proteínas. Frutas, verduras, legumes, leguminosas, fibras, e cereais integrais devem fazer parte desta dieta.

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Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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