Mais de 750 mil pessoas convivem com vírus HIV no Brasil

17 de novembro - 2015
Por: Equipe Coração & Vida

O ator americano Charlie Sheen revelou que é portador do vírus HIV durante o programa “Today”, da NBC, na manhã desta terça-feira (17). “Estou aqui para admitir que sou HIV positivo.”

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A importância do teste rápido de HIV

Sheen, que tem 50 anos e já foi o ator com maior salário da TV americana, no auge da série “Two and a Half Men”, revelou que tem conhecimento do diagnóstico há quatro anos, após passar dias sofrendo de dores de cabeça intensas e sudorese, mas que não sabe como contraiu o vírus.

Foto: Shutterstock
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O episódio reacende o debate sobre a doença, principalmente sobre a importância de usar camisinha, fazer o teste de HIV e o iniciar o tratamento, em caso de soropositividade.

Dados do Ministério da Saúde apontam que 757 mil pessoas convivem com o vírus HIV no país. A cada ano são detectados 39 mil novos casos.

No Brasil, o coeficiente de mortalidade por Aids caiu 13% nos últimos 10 anos, passando de 6,1 óbitos por 100 mil habitantes em 2004 para 5,7 casos em 2013.

Teste rápido

A evolução tecnológica nos exames laboratoriais já permite a detecção dos anticorpos para o vírus da Aids em um prazo bem curto, de até 30 minutos.

Disponibilizados no Brasil pelo Ministério da Saúde, os testes colhem saliva do paciente ou uma gota de sangue da ponta do dedo. Os exames podem ser feitos gratuitamente e de forma anônima na rede pública.

O teste feito com a gota de sangue fica pronto em meia hora. Já o resultado do teste da saliva, no qual o paciente recolhe uma amostra da mucosa bucal com um bastão, leva de dez a quinze minutos para sair o resultado.

“O teste rápido é revolucionário e veio para facilitar a triagem do HIV. Ele é importante porque é prático, e facilita a rapidez do resultado. Pode ser usado em campanhas, maternidades e em situações especiais em hospitais”, diz o médico infectologista Ralcyon Teixeira, supervisor do Pronto-Socorro do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

Apesar dos benefícios que oferece, a realização do teste do HIV ainda causa medo nos pacientes. Segundo o médico, o receio de que o resultado seja positivo afasta o paciente dos centros de triagem.

“É uma grande bobagem porque descobrir precocemente o HIV é a principal arma para que a pessoa tenha uma vida normal e tratamento adequado. Postergar esse tratamento é um dos principais erros no que diz respeito ao HIV”, alerta Teixeira.

No entanto, não adianta fazer o exame logo após a exposição a uma situação de risco. É preciso aguardar um determinado tempo para realizar os testes, a chamada “janela imunológica”. Esse intervalo é necessário para que o corpo produza anticorpos anti-HIV, que são detectados pelos exames.

“Para o teste rápido de sangue tem que esperar 45 dias, no mínimo. No caso da saliva, 60 dias. O de sangue tradicional, o mais moderno, fica positivo com quatro semanas”, explica o infectologista do Emílio Ribas.

Se o resultado do primeiro teste rápido for positivo, é feito um segundo exame (com reagente) de uma marca diferente para garantir a veracidade do teste. “A partir de dois positivos já temos um diagnóstico”, diz.

Antirretrovirais

O diretor do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita, afirma que o Brasil está passando por uma revolução, desde o lançamento em dezembro de 2013 do novo protocolo de atendimento às pessoas com HIV e Aids.

“Em um ano, foi registrado aumento de 30% no número de pessoas que iniciaram o tratamento com antirretrovirais no Brasil. No período de um ano, o número de novos pacientes com acesso aos antirretrovirais passou de 57 mil, em 2013, para 74 mil novos tratamentos, em 2014.”

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