Médico e ex-secretário, Gonzalo Vecina emagrece 70 quilos e controla diabetes

05 de janeiro - 2018
Por: Equipe Coração & Vida

Gonzalo Vecina Neto passou boa parte da vida carregando um peso extra. O médico e fundador da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ex-secretário municipal de Saúde, ex-secretário Nacional da Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde e ex-superintendente do Hospital Sírio-Libanês, chegou a pesar 160 quilos e esteve sob a mira das consequências de um diabetes descontrolado.

Depois de bastante reflexão, decidiu, aos 63 anos, fazer a cirurgia bariátrica, especificamente a gastrectomia vertical, ou Sleeve, procedimento por videolaparoscopia e menos agressivo do que o tão popular bypass gástrico. Decisão lenta e cuidadosa, já que a cirurgia também envolve aspectos psicológicos: a pessoa nunca mais conseguirá comer na quantidade de antes.

Gonzalo Vecina antes e depois da cirurgia - Foto: Montagem
Gonzalo Vecina antes e depois da cirurgia – Foto: Montagem

Um ano e meio depois, 70 quilos foram embora e agora Vecina carrega 90 quilos distribuídos em 1,70 metro de altura. O diabetes? Deu adeus rapidamente após a cirurgia.

“Foi uma decisão muito bem pensada, porque a bariátrica é uma cirurgia muito disruptiva, muito violenta. Eu resolvi fazer por causa do controle do diabetes. Não estava preocupado com o peso, mas sim com o diabetes que não estava conseguindo controlar”, conta o médico.

Depois de três dias de internação, Vecina teve alta e já estava preparado psicologicamente para a nova fase, que é a readequação da alimentação. “Antes eu fazia apenas uma refeição por dia, agora passei a ter três refeições, com pouco carboidrato e pouco volume”, conta.

A atividade física, que antes não fazia parte da rotina, agora ganha espaço de três a quatro vezes por semana. “A qualidade de vida melhorou muito.”

Cirurgia bariátrica para remissão do diabetes

Antes com o diabetes descontrolado, Vecina viu a doença regredir logo após a cirurgia bariátrica e hoje não precisa mais dos medicamentos para reduzir a glicemia.

Sem a manifestação da doença, o médico também se afastou dos riscos e consequências de uma glicemia alta, que vão desde problemas cardíacos até perda de visão.

O endocrinologista Renato Zilli, do Hospital Sírio-Libanês, explica que a cirurgia bariátrica não cura o diabetes, mas sim pode levar a uma remissão em muitas pessoas. Essa remissão, que acontece mais frequentemente em uma outra técnica cirúrgica chamada bypass gástrico, costuma ser mais eficaz se a pessoa não é diabética há muito tempo.

“Com o passar do tempo, os diabéticos vão perdendo as células que produzem insulina. Quando se descobre o diabetes, a pessoa já perdeu mais da metade delas”, afirma Zilli.

Se a cirurgia for feita não muito tempo depois do diagnóstico, as células ainda têm capacidade de produzir esse hormônio que retira o açúcar do sangue.

Por isso, o controle do diabetes na cirurgia bariátrica é considerado remissão, pois se a pessoa voltar a engordar, por exemplo, a chance do diabetes voltar também é alta.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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