Nódulos na tireoide têm baixo risco de serem malignos; entenda

28 de janeiro - 2019
Por: Equipe Coração & Vida

Por Eli Pereira

Uma glândula em formato de borboleta, na altura do pescoço, tira o sono de muita gente: responsável por produzir hormônios essenciais para o funcionamento do corpo, muitas pessoas ficam preocupadas depois de descobrir, por meio de um exame de ultrassom, que têm um nódulo na tireoide.

É preciso ir ao médico para fazer exames quando se nota alguma alteração na região do pescoço. No entanto, apenas em uma parcela pequena dos casos os nódulos são malignos, caracterizando um câncer. Na grande maioria das vezes é um nódulo inofensivo, de crescimento muito lento e que não afeta negativamente a vida do portador. Mas, claro, precisa ser acompanhado por um médico na periodicidade que o profissional definir.

Maioria dos nódulos na tireoide são benignos - Foto: Shutterstock
Maioria dos nódulos na tireoide são benignos – Foto: Shutterstock

De acordo com Marco Aurélio Kulcsar, chefe do serviço de cirurgia de Cabeça e Pescoço do Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp), a preocupação com os nódulos na tireoide começou a ficar maior entre a população principalmente por causa dos exames de rotina e da evolução dos aparelhos de ultrassom, que então passaram a detectar nódulos muito pequenos, que não eram visíveis no exame físico com um médico.

“Hoje, por exemplo, só pedimos ultrassom de tireoide se o indivíduo tiver uma história de risco, como hipertireoidismo ou hipotireoidismo. Quem tem a tireoide em funcionamento normal não precisa fazer esse exame. Não é preciso fazer uso indiscriminado de ultrassom”, tranquiliza. Quando o nódulo ultrapassa um centímetro – e se torna palpável – aí sim, o médico pode pedir exames para verificar. Ainda assim, a maioria dos resultados são tranquilizadores.

Mais comum entre 30 e 50 anos

Os nódulos na tireoide são mais comuns em pessoas entre 30 e 50 anos. “É mais comum nas mulheres, com incidência de cinco mulheres para cada homem, dependendo da região”, diz Kulcsar.

Além dos casos de hipertireoidismo e hipotireoidismo, em lugares que falta iodo – mineral que, por lei, está presente no sal de cozinha no Brasil – há maior incidência de nódulos. No entanto, o excesso de iodo também pode provocar tireoidite, uma doença que aumenta a chance de ter nódulos. “Há problemas inflamatórios e virais que podem desencadear nódulos também”, complementa o médico.

Como se trata

No caso de nódulos benignos – que representa a maioria – não é necessário tratamento, apenas acompanhamento médico regular para verificar o crescimento do nódulo.

Além disso, não é preciso ter medo de ser um nódulo maligno, dada a baixa incidência de ocorrências: em um Brasil de quase 210 milhões de habitantes, há apenas 300 casos de câncer de tireoide por ano, que são resolvidos por meio de uma cirurgia que retira a glândula. Os hormônios são repostos por meio de medicamentos ingeridos diariamente.

Na maior parte dos casos de câncer não são necessárias nem ao menos quimioterapia ou radioterapia. De acordo com Kulcsar, é um dos tipos de câncer mais fáceis de tratar e que proporciona à pessoa uma sobrevida excelente.

Logo, quem espiou o resultado do exame assim que pegou o resultado e descobriu uma alteração, não precisa se preocupar por antecipação, já que as chances de algo ruim são baixas. Basta voltar ao médico para levar os resultados e seguir as recomendações do especialista.

Leia também: Usar medicamento para tireoide no intuito de emagrecer é perigoso, alertam médicos

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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