Milla Oliveira

O número de brasileiros obesos cresceu mais no último ano, segundo o Ministério da Saúde. A obesidade já atinge 52,5% da população adulta. Há oito anos, esse índice era de 43%. Com o aumento da obesidade, sobe também a taxa de indivíduos com doenças cardiovasculares, que já são a principal causa de mortes no país.

Com base em dados do IBGE, o programa Meu Prato Saudável, coordenado pelo Incor, apontou que, apesar do crescimento econômico do Brasil e da melhora do poder aquisitivo da população, a alimentação de 90% dos brasileiros é rica em produtos calóricos e de baixo teor nutritivo.

Apenas um em cada quatro brasileiros come a quantidade de vegetais recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – que é de 400 gramas diários- e três em cada dez cidadãos consomem carnes gordurosas com frequência, revelou o estudo coordenado pelo Ministério da Saúde.

“A ingestão de carne gordurosa contribui para o aumento do colesterol, do risco de infarto e de síndrome metabólica”, explica a nutricionista Thaís Leão, do Incor. “A gordura tem mais calorias que carboidratos e pode levar ao aumento do peso”, acrescenta.

Mesmo com a grande quantidade de informação sobre alimentação saudável disponível na televisão e na internet, ainda há uma grande lacuna entre o que se sabe e o que se aplica na vida prática. “Apesar de tanta informação, a obesidade só aumenta. A facilidade que hoje se tem para comprar alimentos não saudáveis, o preço mais baixo dos produtos industrializados e a falta de tempo para cozinhar são alguns dos fatores que levam à má alimentação e, consequentemente, à obesidade”, afirma a especialista do Incor.

Quem deseja melhorar a alimentação pode recorrer a truques simples, facilitando o dia a dia sem abrir mão de uma dieta saudável. “Comprar legumes e frutas no final da feira, com preços menores, é uma boa alternativa para quem tem poucos recursos para investir em uma alimentação balanceada. Reservar um dia na semana para já lavar as verduras e deixa-las picadinhas para os dias seguintes também ajuda a quem não tem tempo”, diz a nutricionista.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo