O alimento que você consome é seguro?

07 de abril - 2015
Por: Equipe Coração & Vida

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Milla Oliveira

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 200 doenças podem ser provocadas por bactérias, vírus, parasitas ou substâncias químicas contidas nos alimentos não higienizados, cozidos ou armazenados de forma incorreta. A falta de cuidado com o que se ingere pode até causar câncer, aponta a entidade. A diarreia é outra doença gravíssima que pode ser transmitida pelos alimentos: ao menos dois milhões de indivíduos morrem todo ano vítimas da enfermidade, inclusive crianças.

É para combater a incidência de doenças por intoxicação alimentar que a entidade lança uma campanha pela segurança dos alimentos, em comemoração ao Dia Mundial da Saúde, 7 de abril. A data é comemorada desde 1948 e também marca o aniversário da OMS. Com a campanha, a organização busca estimular os governantes a melhorar a segurança alimentar por meio de ações educativas. Além disso, a entidade quer encorajar os consumidores a buscarem garantias de que a comida é de fato segura, seja verificando rótulos, seja seguindo regras básicas de higiene.

Engana-se quem pensa que as doenças originadas por alimentos não higienizados atingem apenas aqueles que vivem em regiões mais carentes no mundo. Segundo Anna Carolina Di Creddo Alves, nutricionista do InCor e docente da escola de educação permanente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, se os cuidados com os alimentos não forem tomados, o risco será o mesmo para aqueles que têm acesso a água potável e esgoto tratado.

“Todos os alimentos são contaminados com bactérias, mas temos uma contagem mínima que o indivíduo pode ingerir sem passar mal. Essas bactérias podem contaminar o alimento desde que ele é colhido até chegar a nossa casa. [Portanto, é preciso] uma higienização adequada, lavando corretamente e mantendo a geladeira com a temperatura correta, por exemplo”, afirma a especialista.

A OMS alerta que a globalização contribui para a necessidade de reforçar os sistemas de segurança alimentar em diversos países. Hoje, com o aumento do comércio, cresce a possibilidade de qualquer contaminação se espalhar internacionalmente. Os primeiros casos de ebola, por exemplo, estavam ligados à carne contaminada.

Com medidas simples é possível combater a infecção alimentar até mesmo nos domicílios. A OMS listou cinco hábitos que considera essenciais para reduzir a contaminação pelos alimentos: higienizar bem as mãos, os alimentos e os utensílios; separar alimentos crus de alimentos cozidos; cozinhar bem os alimentos; manter a comida em temperaturas tidas como seguras; e utilizar água e matérias-primas de boa qualidade.
Anna frisa também  o trabalho de uma área específica da nutrição, que coordena visitas a restaurantes e outros estabelecimentos para verificar os procedimentos desses locais com os alimentos.

“Há normas que esses estabelecimentos devem seguir, caso contrário serão autuados. Se não corrigirem esses problemas podem até ser fechados. É um trabalho bem positivo e estruturado da vigilância sanitária”, completa.

 

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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