Muitos falam sobre as maravilhas de se tornar mãe. Há o amor incondicional, a emoção e a cumplicidade com aquele lindo bebê que nasceu, claro. Mas poucos comentam que, após o parto, a maioria das mulheres não fica exatamente em estado de “felicidade plena”.

ESPECIAL DIA DAS MÃES:  Gravidez e álcool / Dicionário gestacional / Massagens e a maternidade / Inchaço gestacional

O corpo vai demorar um pouco a voltar à antiga forma – e outros efeitos de receber um bebê podem assustar um bocado as mães recentes. Mas entender o processo ajuda a passar por ele.

3 dias depois do parto

Normalmente, as mães que têm bebês em hospitais permanecem por três dias na internação e depois são liberadas para casa. A locomoção, em geral, ainda precisa ser lenta – e aí que se começa a viver a vida real com o bebê, sem o apoio das enfermeiras.

A amamentação que começou na maternidade entra em um ritmo mais particular de cada família, assim como o sono de mãe e neném. É o momento de observar principalmente os cuidados com as mamas (tratando possíveis “rachaduras” no bico e o surgimento de dores e inflamações) e ter boa alimentação e hidratação.

Primeira semana

Muitas famílias já marcam, na primeira semana mesmo, a consulta do puerpério (mas alguns médicos podem combinar uma visita para até quatro semanas depois do parto).

Nessa visita, o especialista em ginecologia e obstetrícia irá avaliar o estado de saúde da mãe e orientar sobre os cuidados básicos com a interação mãe/filho.

É a hora de tirar as primeiras dúvidas sobre essa nova ordem familiar, solicitando dicas em detalhes sobre alimentação da mãe – que interfere muito na amamentação – e para a rotina geral.

2 semanas

Após o parto, é normal que a mulher ainda tenha sangramentos por pelo menos 10 dias (e pode chegar a 45 dias, até o ciclo menstrual voltar a se regularizar).

Com o médico, é importante falar sobre isso e também sobre, quem sabe, formas de prevenção de uma nova gravidez. Mas o normal é que muitas mulheres levem ainda muitas semanas (ou alguns meses) para voltar a sentir desejo sexual.

1 mês

A volta do desejo e de disposição física se torna mesmo diferente para muitas mulheres. Com as mudanças hormonais, é comum várias relatarem oscilações entre entusiasmo e apatia, sensação de estar sobrecarregada, de não conseguir responder a todas as solicitações, frustração.

Irritabilidade e ansiedade, entre outros sentimentos, podem ser um alerta para depressão pós-parto – e devem ser partilhados com o médico.

2 meses

Com o bebê crescendo e a rotina se reorganizando, o corpo parece acompanhar. Muitos médicos já permitem que a mulher volte, por exemplo, a se exercitar – sendo que o útero retorna ao tamanho normal e cicatrizações já terão se recuperado.

Já a sensibilidade na região genital, em caso de cesarianas, pode levar meses ainda para se reestabelecer.

Massagens também podem contribuir para a saúde física (e até emocional) das mulheres nesse final de puerpério (leia mais aqui).

As mudanças no formato do corpo, no entanto, podem seguir por muitos meses além desse período, motivadas pela amamentação, por exemplo. O importante é mãe e bebê estarem acompanhados por profissionais da saúde e cercados de atenção.

Fonte: Sogesp – Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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