Oferecer certos alimentos às crianças pode evitar alergias
Pais que deixam de oferecer um certo alimento recomendado pelo pediatra ao bebê por ideologias ou porque acreditam que pode fazer mal, podem estar expondo a criança a um risco maior de alergias alimentares no futuro.
Não há dúvida de que é preciso ter cuidado com a alimentação dos bebês. No entanto, é necessário respeitar as recomendações dos pediatras em vez de impor modismos de alimentação adulta aos pequenos.
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda aleitamento materno exclusivo até os seis meses – e, a partir dessa idade, a introdução de outros alimentos selecionados.
Se alimentos forem oferecidos ao bebê antes dos seis meses de vida, o organismo pode não lidar bem com o produto, podendo aumentar as chances de alergia (como é o caso do mel).
No entanto, se determinado alimento deixar de ser oferecido na época certa, o risco aumenta novamente. Veja abaixo três exemplos dessa questão.
Glúten
Há pais que consideram que o glúten é nocivo e não oferecem essa proteína à criança. No entanto, postergar o contato com o glúten pode aumentar a chance de uma alergia no futuro – inclusive de doença celíaca, de acordo com Cylmara Gargalak Aziz, pediatra do Hospital Sírio-Libanês.
Peixe
Crianças que não são expostas ao peixe entre o 6º e 7º mês de vida têm mais chances de não tolerar esse alimento no futuro. “A criança que não foi exposta ao peixe nesses meses tem mais risco de ter dermatite atópica do que aquelas que receberam o alimento”, explica Cylmara.
Ovo
O ovo – nunca cru, pelo risco de contaminação por Salmonella – deve ser introduzido na alimentação da criança no 6º mês de vida. Quando a criança é apresentada ao ovo já mais velha, Cylmara lembra: existem estudos relatando que aquelas não-expostas na idade recomendada têm mais chances de ter otite de repetição.
Texto
Thassio Borges
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo
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