Catarata: os surpreendentes avanços da cirurgia

01 de agosto - 2019
Por: Equipe Coração & Vida

Por Vital Paulino Costa, oftalmologista 

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a catarata é a principal causa de cegueira no mundo. No entanto, trata-se de uma causa de cegueira reversível, uma vez que a visão é restabelecida após a cirurgia. A catarata ocorre, em geral, após os 60 anos, e decorre da perda de transparência do cristalino — uma estrutura intraocular responsável por focalizar a imagem de objetos na retina. Com a idade, o cristalino vai se tornando opaco, prejudicando a visão.

Uma pessoa com catarata nota a visão embaçada, pouco nítida, como se houvesse uma nuvem na frente dos olhos, principalmente para longe. Em alguns casos, essa sensação pode piorar em ambientes claros (quando a pupila se  fecha). Quando isso acontece, geralmente, acomete ambos os olhos, mas há casos em que ela ocorre de maneira assimétrica, acometendo um olho antes do outro.

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

E houve muitos avanços no tratamento da catarata. Antigamente, a cirurgia para a condição era indicada somente quando estivesse avançada. Assim, era comum esperar que a doença ocular provocasse uma redução muito grande da visão. Com a evolução das técnicas cirúrgicas, passou-se a indicar a cirurgia muito antes: quando a visão já começa a atrapalhar as atividades diárias. A partir do momento em que a catarata compromete a qualidade de vida de uma pessoa, a cirurgia já está indicada.


Cirurgia de catarata:
A cirurgia de catarata é um procedimento delicado, porém seguro. É feita sob anestesia local e sedação, e dura cerca de 15 minuto; é bem rápida. Durante o procedimento, o cristalino é quebrado em partículas menores com auxílio de ultrassom ou laser, e depois aspirado. Depois, uma lente intraocular é implantada sobre a cápsula posterior do cristalino, que impede que a lente afunde no vítreo (fluido gelatinoso e transparente que preenche a maioria do interior do globo ocular). Essas lentes intraoculares permitem que o paciente corrija seus erros refracionais, reduzindo a necessidade de uso de óculos.

Um dos mais recentes avanços em cirurgia de catarata diz respeito aos tipos de lente intraocular disponíveis. Hoje, existem no mercado lentes “multifocais”, que promovem boa qualidade de visão para longe, perto e meia distância. No passado, as lentes intraoculares corrigiam apenas miopia e hipermetropia — muito tempo depois passaram a corrigir também o astigmatismo.

A escolha da melhor lente intraocular depende de uma conversa com o (a) seu (a) oftalmologista, Com base no seu dia a dia e principais atividades, será proposto a melhor solução. É fundamental que o paciente esteja informado sobre o que esperar de sua visão após a cirurgia de catarata.

Prof. Dr. Vital Paulino Costa, é chefe do setor de Glaucoma da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e professor livre docente pela Universidade de São Paulo (USP). 

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