Outubro rosa: índice de câncer de mama em homens segue em alta

22 de outubro - 2019
Por: Equipe Coração & Vida

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Nem todo mundo sabe, mas câncer de mama não é uma doença que acomete apenas mulheres. Estima-se que para cada 100 mulheres diagnosticadas com a doença, 1 homem receba o mesmo diagnóstico. Um dos possíveis fatores que explicam tamanha diferença é que homens também têm tecido mamário e hormônios femininos, mas em menor quantidade. Tal diagnóstico é incomum, sim, mas não menos preocupante.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa é que, somente em 2019, haja 600 novos casos de câncer de mama masculino – sendo que aproximadamente 200 homens morrem anualmente em decorrência da doença. De acordo com estudo epidemiológico  publicado na revista do Instituto Adolfo Lutz, de 2009, a incidência da doença em homens já havia aumentado significativamente (de 0,86 a 1,06 por 100.000 homens) ao longo dos últimos 26 anos. Fatores ligados ao estilo de vida urbano, com maior índice de obesidade e sedentarismo contribuem para que a incidência da doença esteja em alta no mundo.

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No início do mês, o assunto ganhou ainda mais atenção após o pai da cantora americana Beyoncé, o empresário Mathew Knowles revelar (durante entrevista ao programa matinal americano Good Morning America) que havia sido diagnosticado com a doença.

Assim como acontece em mulheres, o tumor que acomete homens se forma a partir da reprodução desordenada das glândulas mamárias. No sexo masculino, pode acontecer mais tardiamente, acima dos 60 anos. Acredita-se que homens, cujo histórico familiar da doença seja comprovado (ainda que tenha acometido mulheres da família), tenham mais chances de desenvolver câncer de mama.

Mastologista e Professor Livre Docente da Faculdade de Medicina da USP, Alfredo Barros explica que, pelo fato de não haver indicação de mamografia de rastreamento para este público, a doença no sexo masculino, normalmente, é descoberta em estágio mais avançado. “As mulheres que fazem o exame podem encontrar tumores extremamente pequenos, mais fáceis de serem tratados. Já entre os homens, a descoberta costuma acontecer no tato, ou seja, quando o tumor tem, pelo menos, 1 centímetro. Não tão precocemente”, diz o especialista. Por isso, é preciso estar atento.

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Sinais como caroço palpável em uma das mamas, ou sangue saindo pelas papilas mamárias, são indicativos para a busca de um mastologista. O tratamento da doença é similar ao que é feito em mulheres. Dependendo do estágio da doença, pode ser feito com cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e/ou terapia biológica.

É importante lembrar que apenas 10% dos casos da doença então relacionados à hereditariedade – os outros 90% estão associados a questões ambientais e à obesidade. Por isso, uma forma de prevenção é adotar hábitos de vida saudáveis, com alimentação balanceada e prática regular de exercícios físicos.

Revisão técnica 
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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