O que é o câncer de mama?
O movimento conhecido como Outubro Rosa nasceu na década de 1990, para estimular a participação da população no controle do câncer de mama.
A data é celebrada anualmente, com o objetivo de compartilhar informações sobre o câncer de mama, promover a conscientização sobre a doença, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.
Você sabia… Que pode reduzir o risco de ter um câncer?
O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres em todo o mundo. O Inca (Instituto Nacional de Câncer) estima 60 mil novos casos por ano da doença somente no Brasil.
Com maior incidência em mulheres acima de 50 anos, quanto antes for identificado, maiores as chances de combatê-lo com menores sequelas para os pacientes.
“Quando identificado no estágio inicial, tem mais de 90% de chances de cura”, alerta Eurípedes Carlos de Carvalho Filho, mastologista do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC).
O Ministério da Saúde registra um crescimento de 35% na realização de exames, que passou de 3 milhões em 2010, para 4,1 milhões em 2016. Até julho deste ano, foram realizados um total de 2,1 milhões de testes.
Confira abaixo mais informações sobre a doença, como ela se manifesta, prevenção e tratamento.
O que é o câncer de mama?
É um tumor causado pela multiplicação de células anormais da mama. Há vários tipos de câncer de mama, alguns têm desenvolvimento rápido enquanto outros são mais lentos. “O tumor está relacionado a uma alteração na multiplicação e divisão das células, mas um tumor nem sempre será necessariamente um câncer”, explica o mastologista do IBCC.
Incidência
É o segundo tipo de câncer mais comum no País e corresponde a 25% dos casos novos da doença anualmente. Em primeiro lugar está o câncer de pele não melanoma.
Pode ser fatal
Diagnósticos e tratamentos tardios pode levar o paciente à morte. É o tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil. “Há uma maior incidência de casos de câncer de mama no País, por isso o preventivo é tão importante. Isso ocorre por uma possibilidade maior de diagnóstico, mas também pela mudança de hábitos de vida das mulheres, que, com uma maior participação no mercado de trabalho, passaram a ter uma alimentação menos balanceada, maior sedentarismo e menor índice de gravidez – fatores diretamente relacionados ao câncer de mama”, explica o mastologista.
Prevenção
Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com alguns hábitos simples, como ter hábitos saudáveis, se exercitar, manter o peso corporal indicado para o seu tipo físico, manter uma alimentação equilibrada e saudável, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e, no caso de mulheres com filhos, a amamentação.
Acima dos 50
A doença é mais recorrente após os 50 anos, cerca de quatro, em cada cinco casos, ocorrem após essa idade.
Hereditariedade
O câncer de mama de caráter genético corresponde de 5% a 10% do total de casos. “Quando há caso de algum parente de 1º grau ter tido a doença, o cuidado preventivo deve ser maior”, explica Carvalho Filho.
Fazem parte do grupo de risco mulheres com:
– História familiar de câncer de ovário;
– Casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos;
– História familiar de câncer de mama em homens;
– Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2;
– Antecedentes familiares de primeiro grau (pai, mãe, irmã e filha).
Exames preventivos
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a mamografia de rastreamento, principal exame para detecção do câncer de mama, seja realizada uma vez a cada dois anos em mulheres de 50 a 69 anos. Esse é o mesmo protocolo praticado pelo Ministério da Saúde no Brasil. “A mamografia preventiva tem impacto positivo no diagnóstico, pois possibilita identificar o nódulo ainda está no estágio inicial, quando o paciente consegue sentir o caroço no exame de toque”, destaca o especialista do IBCC.
Fatores de risco
Algumas razões relacionadas ao sistema hormonal e reprodutivo da mulher podem indicar uma atenção especial, sendo considerados fatores de risco e indicando uma maior probabilidade de desenvolver a doença, como:
– Primeira menstruação antes de 12 anos;
– Não ter tido filhos;
– Primeira gravidez após os 30 anos;
– Não ter amamentado;
– Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos;
– Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona);
– Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos.
Amamentação
O ato de amamentar ajuda a prevenir o câncer de mama, segundo estudos recentes. “Isso ocorre porque acontece um amadurecimento da mama com a amamentação, o que faz com que as chances de desenvolver um câncer mamário sejam menores”, explica Carvalho Filho.
Sintomas
A principal manifestação da doença é o nódulo, fixo e geralmente indolor e está presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher. Outros indicativos são:
– Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
– Alterações no bico do peito (mamilo);
– Saída de líquido anormal das mamas;
– Dor recorrente nos seios;
– Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço.
Homens têm câncer de mama?
Sim! Homens também podem desenvolver a doença, mas somente 1% do total de casos é diagnosticado no sexo masculino.
Além de se consultar com um ginecologista, a mulher deve fazer o autoexame das mamas em casa, uma vez por mês, logo após a menstruação, que é quando o seio está em seu tamanho normal.
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo