O Outubro Rosa é marcado mundialmente pela conscientização sobre o câncer de mama, doença que mais mata mulheres no Brasil.

Todos os anos, durante o mês de outubro, são realizadas ações em que as mulheres são estimuladas a realizar exames e a entender melhor a doença, principalmente para desfazer os mitos que cercam o câncer de mama e alertar para a importância do diagnóstico precoce. Na ocasião, edifícios e locais públicos também são iluminados com a cor rosa, chamando a atenção da população para o tema.

Inca estima 57 mil casos novos de câncer de mama em 2016
Esclareça suas dúvidas sobre câncer de mama e amamentação
Diagnóstico precoce do câncer de mama ajuda a salvar vidas
Reconstrução mamária ajuda na superação do câncer de mama
Mitos e verdades sobre o câncer de mama
Faz tratamento para o câncer?
O que é o câncer de mama?
Artigo: Sedentarismo, obesidade e câncer de mama
Você sabia… Que os homens também podem ter câncer de mama?

Mas o que as pessoas não sabem é que, apesar de o tema ser destaque durante o Outubro Rosa, o Dia Nacional de Luta Contra o Câncer de Mama, instituído pela lei 12.116 de 2009, é comemorado em 27 de novembro.

A criação do dia nacional é inspirada na lei que criou no Estado do Paraná o Dia Estadual de Luta contra o Câncer de Mama. A lei paranaense, de 14.854/2005, é de autoria da então deputada estadual e hoje vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti.

Cida conversou com o site Coração & Vida e afirmou que a ideia surgiu de um grupo de mulheres vitoriosas, que venceram o câncer de mama, as “amigas da mama”.

“Elas me procuraram, preocupadas com as mulheres que precisavam superar essa doença, que faz tantas vítimas. O câncer de mama ainda é um câncer que mata, se diagnosticado tardiamente. A melhorar forma de salvar vidas é tratar precocemente”, explicou.

A vice-governadora disse ainda que a doença, além de desestruturar a família, é um agressão ao corpo da mulher, provocando baixa autoestima.

“Pensando em tudo isso, apresentei esse projeto, instituindo no calendário oficial um dia de luta e conscientização contra o câncer de mama, na simbologia do laço cor de rosa, movimentando a sociedade civil organizada e trazendo ao Parlamento as esposas dos prefeitos”, explicou.

Desde então, todo ano, um slogan e uma camiseta são criados para lembrar a data no Estado do Paraná. “Fazemos ações voltadas à prevenção, além de cartilhas gratuitas, distribuídas nas praças, escolas e terminais de ônibus.”

Cida contou que, após a lei ser aprovada no Estado, pediu ao seu marido, Ricardo Barros, então deputado federal e hoje  ministro da Saúde, que apresentasse o mesmo projeto a todo território nacional.

“E o projeto foi aprovado por unanimidade no Congresso. Mas não paramos só na lei. Hoje, no Paraná, temos quatro grandes centros de unidades da mama, em Londrina, Maringá, Cascavel e Curitiba.”

A vice-governadora explicou ainda que, como à época não existia mobilizações pelo Outubro Rosa no Brasil, a data escolhida foi em novembro.

“Sou a favor de um trabalho permanente, seja em outubro ou em novembro”, frisou.

Assunto delicado

Cida também abriu seu coração ao falar sobre um assunto delicado, que, segundo ela, nunca havia citado durante uma entrevista: um câncer de colo, estendido ao útero e ao ovário, há 18 anos.

“Eu tinha 33 anos e uma filha de quatro. Isso ocorreu há muitos anos, já está superado, mas só pensava na minha filha e na minha mãe. Foi muito difícil.”

Sobre essa afinidade com as questões de saúde, a vice-governadora afirmou que, quando jovem, queria fazer pediatria.

“Mas sempre fui militante partidária, sou jornalista, já fiz programa de rádio e TV, cursei história, me formei em administração, sou especialista em marketing político, políticas públicas e primeira infância. Como militante desde jovem, não fugi muito em servir a população. Mas sempre fui uma apaixonada pelo tema, meu trabalhos sempre foram a favor das famílias, das crianças e das mulheres.”

Em relação à política, ela disse gostar do que faz. “Uma boa política é gostar das pessoas, não há nada mais nobre do que gostar das pessoas e do que se faz.”

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo