Paciente enfrenta problemas para diagnosticar H1N1

01 de abril - 2016
Por: Equipe Coração & Vida

A peregrinação da dona de casa Marlene Forti, de 59 anos, a prontos-socorros da capital paulista começou no dia 15 de março por causa de uma gripe. Ela tinha febre, tosse e se queixava de muitas dores no corpo.

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Na primeira consulta, como também sofria com uma inflamação no dente, recebeu a indicação de um antibiótico, mas o quadro só piorou.

“Voltamos ao pronto-socorro e deram um outro antibiótico com espectro maior, tradicional para as pneumonias. Tiraram raio-X e identificaram uma mancha no pulmão. Dias depois ela continuava debilitava e muito ofegante, daí voltamos ao pronto-socorro”, afirmou a filha da dona de casa, a jornalista Pamela Forti.

Pamela Forti, filha da dona de casa Marlene Forti - Foto: Arquivo pessoal
Pamela Forti, filha da dona de casa Marlene Forti – Foto: Arquivo pessoal

Foi em um hospital de São Bernardo do Campo, o Sancta Maggiore, que desconfiaram que Marlene podia ter contraído o vírus H1N1, pois ela já estava tomando antibiótico e a doença não regredia.

A família foi orientada a comprar o medicamento Tamiflu – indicado para esse tipo de gripe – fora do hospital, pois o estoque havia acabado. No entanto, o hospital acabou recebendo o medicamento e dona Marlene foi medicada lá mesmo, onde permanece internada.

Mas até agora não há nenhuma confirmação de que se tratava mesmo de H1N1. “O exame de comprovação ainda não saiu porque os laboratórios estão sobrecarregados com diagnósticos de zika, chikungunya e dengue”, afirmou Pamela.

De acordo com a filha, quando a mãe entrou no hospital, a expectativa era de 15 dias para que o Instituto Adolfo Lutz entregasse o resultado. Agora, com o surto de H1N1, pediram mais 15 dias.

Com relação ao remédio Tamiflu, a população está sendo orientada a procurar o medicamento nos postos de saúde, pois as redes de farmácia, assim como alguns hospitais, também enfrentam desabastecimento. A dona de casa encontrou o remédio em uma unidade pública do bairro de Casa Verde, em São Paulo.

O aumento dos casos levou a uma corrida às clínicas particulares de vacinação. Com o crescimento da procura nos últimos dias, centros de imunização chegaram a relatar  que aplicaram, apenas nesta semana, 3.000 doses.

A rede pública de São Paulo deverá receber as primeiras doses a partir do próximo dia 11 de abril, mas a vacina só será aplicada em grupos considerados de risco, como crianças, gestantes, idosos, lactantes e profissionais de saúde.

Testes

Na rede pública, o resultado do teste para diagnóstico da gripe H1N1 sai em média em uma semana, segundo informou o Instituto de Infectologia Emilio Ribas.

O Hospital Albert Einstein não relatou dificuldades para a realização dos exames. No local, foram realizados mais de 4.000 testes para identificação de vírus respiratórios e cerca de 40 deram positivos para H1N1 (5%).

O Hospital Samaritano, por sua vez, afirmou que terceiriza os exames para um laboratório que realiza tanto os testes rápidos (cujo resultado sai em seis horas) quanto o exame chamado PCR, que tem diagnóstico em 48 horas. No entanto, os testes rápidos acabaram devido ao aumento da demanda.

No mês de março, o Samaritano relatou aumento de 24% no número de internações de adultos com sintomas de gripe. Foram  202 casos positivos de H1N1 somente no último mês e 2 óbitos por causa da doença nos primeiros três meses do ano.

O valor dos exames passa de R$ 300 nos dois hospitais.

O que é o H1N1?

O vírus H1N1 é do tipo influenza A, um dos causadores da gripe comum. É o mesmo responsável pela pandemia de gripe suína ocorrida em 2009. Só no Brasil, naquela época, foram 50 mil casos e mais de 2.000 pessoas morreram.

Apesar das semelhanças com os sintomas iniciais da gripe comum (febre, tosse, coriza, dor de garganta, na cabeça e no corpo), a H1N1 pode ser ainda mais perigosa.

Onze estados no país vivem o surto da doença em 2016. Até o momento, 46 pessoas já morreram, dez a mais do que no ano passado.  Só em São Paulo, 38 pessoas foram a óbito por causa da H1N1.

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