Pesquisa mostra que brasileiro sabe pouco de diabetes

27 de julho - 2018
Por: Equipe Coração & Vida

Quando falamos em diabetes, os dados impressionam. No mundo, uma a cada 11 pessoas tem a doença, sendo que a cada três segundos, um caso é descoberto. De acordo com a International Diabetes Federation (IDF), só no Brasil são mais de 14 milhões, ou seja, por volta de 9,4% da população total. Todo dia, são 500 novas pessoas diagnosticadas.

Mesmo assim, os brasileiros ainda não conhecem muito sobre o assunto. É o que mostra a pesquisa realizada pelo Datafolha, publicada essa semana na Folha S.Paulo, que ouviu pessoas com mais de 16 anos, em 153 municípios, entre os dias 12 e 19 de maio.

Os participantes foram questionados justamente sobre seu conhecimento relacionado ao diabetes. Em respostas espontâneas, apenas 15% do total afirmou que o diabetes é responsável por causar aumento do nível de açúcar no sangue.

Entre 30 e 35% das pessoas que têm diabetes não sabem da doença por falta de diagnóstico - Foto: Shutterstock
Entre 30 e 35% das pessoas que têm diabetes não sabem da doença por falta de diagnóstico – Foto: Shutterstock

Nas menções instintivas, 28% dos entrevistados citou alguma complicação da doença, 10% relataram que o diabetes pode causar a morte, 7% citaram sobre cegueira (como uma consequência) e outros 7% disseram que não existe cura para o diabetes.

Os sintomas comuns (leia mais abaixo) foram mencionados por 24% das pessoas, enquanto apenas 2% fizeram relação com as doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte para quem enfrenta o diabetes.

Outra pesquisa recente e inédita, da Abril Inteligência, mostrou que apenas 1 em cada 4 brasileiros reconhece o diabetes como uma doença grave. Ou seja, grande parte do público não sabe que complicações maiores podem surgir se a doença não for tratada de maneira correta. Os números preocupam, uma vez que 40 milhões de brasileiros estão pré-diabéticos e 25% devem desenvolvê-lo, nos próximos cinco anos, como aponta a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

Para a endocrinologista Claudia Cozer Kalil, do Hospital Sírio-Libanês, os resultados das pesquisas não causam espanto na classe médica. “O diabetes é uma doença de aparecimento lento, pouco sintomática no começo. As pessoas se adaptam aos sintomas como cansaço, sensação maior de sede, levantar mais vezes a noite para urinar. Vão arrumando justificativas e nem imaginam que estão doentes (com diabetes)”, explica.

Segundo a especialista, entre 30 e 35% das pessoas não sabe que têm diabetes, ou seja, um terço da população diabética não foi diagnosticada, pois não faz o controle da glicemia. “Quando é feito o diagnóstico, já se passaram muitos anos e estão com complicações associadas que aparecem”, destaca Cozer.

Diagnóstico

O exame laboratorial (de sangue) chamado de glicemia em jejum é indicado pelo médico e deve ser realizado de uma a duas vezes ao ano, acima dos 40 anos, ou de acordo com orientação do profissional de saúde. A análise mede a taxa de glicose na circulação sanguínea, após jejum de 8 a 12 horas.

Pacientes obesos e com histórico familiar precisam começar a monitoração antes e com maior frequência. Crianças e adolescentes também devem fazer o exame uma vez ao ano, principalmente se houver história na família. “Na maior parte das vezes, o exame de glicemia é realizado por outra queixa do paciente, no check-up, por conta de alguma intercorrência ou antes de alguma cirurgia”, ressalta.

O diabetes atinge diversos sistemas do corpo humano e não acomete somente o pâncreas, passa a aumentar o risco de doenças renais, cardiovasculares, vasculares e oculares graves, bem como disfunção erétil (impotência sexual) e lesões em diferentes nervos. Por isso, o controle da glicemia é tão importante, já que mantém todos os órgãos saudáveis.

 

 

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