Plástica pode ser aliada para portadores de doenças

21 de setembro - 2015
Por: Equipe Coração & Vida

Tente imaginar a seguinte situação: uma pessoa foi vítima de um câncer e, de repente, teve uma parte do seu corpo mutilada para eliminar a doença do organismo. E agora, como conviver com essa nova realidade?

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Este é o caso de muitas mulheres que foram mastectomizadas, ou seja, que tiveram parte ou o seio inteiro retirado em decorrência de um câncer de mama. Por lei, o sistema de saúde é obrigado a realizar a reconstrução da mama afetada, pois já se entende que o seio tem uma alta representatividade para a mulher e sua ausência pode afetar a qualidade de vida.

Plástica pode ser aliada para portadores de doenças
Foto: Shutterstock

“A mama representa feminilidade, sexualidade, maternidade. Uma vez que um órgão tão importante passa por um problema grave como o câncer, isso vai afetar a qualidade de vida dessa mulher. Hoje não se consegue mais dissociar o tratamento oncológico da qualidade de vida do paciente”, diz o médico mastologista Gustavo Zucca, do Hospital de Câncer de Barretos.

Na entidade hospitalar mencionada, 20,9% das cirurgias de mama realizadas são mastectomias convencionais. Uma parcela de 35,6% desses procedimentos são oncoplásticos, isto é, usaram alguma técnica de cirurgia plástica para tratar o câncer de mama, seja reconstruindo de imediato o órgão ou apenas remodelando o que sobrou após a retirada do tumor.

No entanto, nem sempre é possível reconstruir a mama em um primeiro momento, embora o procedimento esteja previsto em lei. No SUS, apenas 5% das mulheres mastectomizadas têm o seio reconstruído. Em alguns casos, a mulher precisa passar por uma segunda intervenção para garantir a reconstrução do seio retirado.

Zucca também ressalta que é importante que a paciente converse com seu médico sobre a expectativa com relação ao resultado da cirurgia, pois cada caso envolve uma série de variáveis capazes de interferir no efeito final do procedimento. As variáveis mencionadas pelo mastologista incluem radioterapia e quimioterapia, capazes de influenciar na cicatrização e na coloração do tecido a ser operado.

“Nem Deus faz as mamas perfeitas. Para se ter uma ideia, 98% das mulheres têm diferença entre uma mama e outra. Quem somos nós para fazer perfeito? O que a gente tenta é harmonizar a mama operada com a contralateral, mantendo os tamanhos, forma e aparência. Quando a gente busca a reconstrução, não visa perfeição, mas sim qualidade de vida”, explica.

Câncer de pele

O câncer de mama não é o único que pode afetar a aparência do paciente após o tratamento. Em alguns casos, o tratamento do câncer de pele pode causar deformações e é possível que cicatrizes visíveis permaneçam nos locais de incisão da cirurgia de remoção das lesões.

Em grandes feridas operatórias, retalhos de pele ou enxertos podem ser necessários. Em raros casos de destruição tecidual extensa, uma prótese pode ser utilizada. Entretanto, modernas técnicas cirúrgicas podem ser capazes de produzir resultados esteticamente adequados.

Cirurgia bariátrica

Assim como o câncer, a obesidade é uma doença e deve ser tratada. Para muitos pacientes, a solução contra o problema é a cirurgia bariátrica, como é conhecido o procedimento de redução do estômago. Porém, após a cirurgia, ao paciente resta um excesso de pele na região abdominal, que precisa ser retirado por meio de uma cirurgia plástica.

O acúmulo dessa pele traz uma série de complicações para o indivíduo, pois dificulta a higiene de partes do corpo e faz com que o atrito das camadas cutâneas provoque mau cheiro.

“Quando o sujeito faz uma cirurgia bariátrica e perde 30, 40, 70 quilos, sobra um continente cutâneo, que deve ser removido para dar um mínimo de atividade e conforto a esse indivíduo. Então é uma cirurgia realmente necessária”, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, João de Moraes Prado Neto.

O Ministério da Saúde regulamentou em 2013 o tratamento para obesidade. A cirurgia reparadora da pele da barriga pós-cirurgia bariátrica, chamada de dermolipectomia, está entre os procedimentos incluídos.

CirurgiaPlasticaBrasil-v2

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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