Pré-diabetes não apresenta sintomas
O crescimento do número de brasileiros diagnosticados com diabetes nos últimos 10 anos acende o sinal vermelho para uma situação potencialmente perigosa: a subnotificação dos casos de pré-diabetes. O distúrbio não apresenta qualquer sintoma e requer exame médico para ser detectado.
A diabetes provoca o aumento da concentração de glicose no sangue e pode ser causada por duas situações. No tipo 1, a produção de insulina é insuficiente ou inexistente. No tipo 2, as células são resistentes à insulina. Nesses casos, a doença atinge pessoas com mais de 40 anos de idade.
A situação também pode ocorrer durante a gravidez, causada pelo aumento de peso. Enquanto uma pessoa saudável possui um nível de glicose de até 100 mg/dl, o pré-diabético tem uma taxa entre 100 mg/dl e 125 mg/dl. Valores acima de 126 mg/dl indicam diabetes.
De acordo com o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Alexandre Hohl, os casos intermediários da doença normalmente estão associados ao avanço da idade, sobrepeso e obesidade, sedentarismo e hereditariedade.
A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, divulgada em abril, demonstrou que o número de diagnosticados com a doença no Brasil passou de 5,5% em 2006 para 8,9% em 2016. As mulheres são maioria entre os afetados pelo problema.
No caso do pré-diabetes, os cuidados para barrar a evolução da enfermidade são os mesmos, independentemente do gênero. “O tratamento é igual para todos, mudança de estilo de vida. Equilibrar o peso, fazer atividade física e mudar a dieta”, aconselha Hohl.
No caso da alimentação, cuidados básicos fazem toda a diferença. Ficam fora do cardápio fontes de carboidrato e de rápida absorção, como refrigerantes, doces e os à base de farinhas, como pães, bolos e biscoitos. Grãos em geral ficam liberados, assim como pão integral, peixe, carnes magras, vegetais, hortaliças e frutas.
Além de seguir uma dieta adequada e adotar um estilo de vida saudável, é necessário acompanhamento médico. A associação de todos os cuidados pode normalizar a glicemia, afastando o risco da diabetes.
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo