Suzane G. Frutuoso

Cada batida do coração impulsiona a circulação de oxigênio e nutrientes que percorrem todo o corpo humano. Seu funcionamento significa vida. Portanto, cuidar bem desse protagonista é essencial para que o organismo funcione corretamente, garantindo bem-estar e longevidade.

“Deve ser meta de cada médico colocar na cabeça da população que é preciso se cuidar”, diz o cardiologista Roberto Kalil, do Instituto do Coração (InCor) do Hospital da Clínicas e do hospital Sírio Libanês, ambos em São Paulo. “Todos sabem que é importante. No entanto, quase ninguém se previne”. Segundo a cardiologista Ludhmila Hajjar, também do InCor, houve aumento da expectativa de vida das pessoas e redução de mortes por doenças infecciosas. “E as doenças cardiovasculares são atualmente as principais causas de mortalidade em todo o mundo.”

As atitudes que podem ajudar na preservação da saúde do coração são simples de serem tomadas. Mas exigem conscientização. A seguir, o que você deve fazer para manter o equilíbrio cardíaco:

1) Pratique atividade física
Exercícios aeróbicos (caminhar, correr, pedalar, nadar, dançar), no mínimo cinco vezes por semana, de 30 a 60 minutos. É a receita que ajuda a controlar sobrepeso, colesterol, pressão arterial, o diabetes e a sensibilidade à insulina. Os cientistas dizem que só a prática de atividade física não substitui o equilíbrio de fatores de risco. Mas, de forma continuada, favorece a prevenção de doenças cardiovasculares.

2) Cuide das emoções
Segundo pesquisas, sentimentos negativos e estresse atingem o coração, causando alterações celulares e piorando a pressão arterial. Por isso, manter a calma, cultivar relações afetivas e familiares satisfatórias, dedicar-se a algum hobby e reservar tempo para o lazer são ações fundamentais.

3) Atenção à tireóide
A glândula, localizada no pescoço, é responsável pela produção de hormônios que regulam o metabolismo. Contração e batimentos do coração também são controlados pela tireóide. Sua instabilidade atinge o órgão. No hipertireoidismo, há cansaço, arritmia, palpitação, dilatação do coração e até insuficiência cardíaca. Já no hipotireoidismo há maior risco de infarto, elevação do colesterol e baixa resistência ao exercício físico.

4) Equilíbrio na alimentação
Excesso de peso e obesidade desregulam funções do organismo. E 90% das doenças cardiovasculares estão ligadas a esses quadros. Além de evitar comidas gordurosas, industrializadas e refrigerantes, invista em frutas, verduras, legumes, carnes magras, massas e pães integrais. Evite também o sal em exagero.

5) Sono e cigarro
Abandone o tabaco. Dedique-se mais às horas de sono. O cigarro triplica o risco de infarto, segundo estudo publicado na revista Lancet. Já insônia e ronco elevam as chances de cardiopatias. No ronco, há queda de oxigenação do sangue e aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial. Dormir baixa a ansiedade e a pressão. Quem passa noites em claro acaba sofrendo os efeitos contrários.