Psoríase: informação é a melhor forma de combater o preconceito
Cerca de 2% da população mundial, ou seja, 125 milhões de pessoas têm psoríase e sofrem com o preconceito causado pela falta de informação.
A doença é crônica, inflamatória e não contagiosa, afetando principalmente a pele.
No Brasil, aproximadamente 3 milhões de brasileiros sofrem com os sintomas da doença, que tem um alto impacto na qualidade de vida dos pacientes.
Para desmitificar o preconceito, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançou a campanha “Um Toque de… Conhecimento, Inspiração e Informação”, com a exibição de um documentário contando a história de dois pacientes, Shirlei Nidia Pereira, 40, e Alexandre Ultramari, 72, e seus testemunhos sobre dificuldades e superações para enfrentar a doença.
Segundo a SBD, a psoríase não tem cura, mas, com o tratamento adequado, é possível conviver com a doença.
“Queremos mostrar que o paciente com psoríase merece ser tratado com igualdade por todos. No documentário, buscamos valorizá-lo e frisar a importância da realização do atendimento por um médico dermatologista”, afirma o presidente da SBD, Gabriel Gontijo.
O coordenador da campanha, Marcelo Arnone, destaca que a ação visa desmitificar o preconceito. “A intenção é que seja um vídeo viral, para que muitas pessoas tenham acesso e possam espalhar essa ideia.”
Segundo a Associação Psoríase Brasil, pesquisa realizada pelo Ipsos Healthcare mostra que 81% das pessoas com a doença se sentem constrangidas em expor o corpo e 27% têm dificuldade sexual.
Tratamento
O tratamento deve ser acompanhado por um dermatologista.
É importante utilizar medicação local, hidratantes e tomar banho de sol. Também há medicações via oral e intravenosa.
Além dos tratamentos específicos para doença, em alguns casos é recomendável buscar terapia com psicólogo para ajudar a controlar o desgaste emocional causado pela insatisfação com a aparência.
Testes
Reportagem publicada ontem pela Folha informa que a indústria farmacêutica está conduzindo testes com novos remédios contra a psoríase.
Eles inibem a interleucina 17, proteína que envia um sinal para células da pele e faz com que elas cresçam exageradamente, causando a pele grossa e as placas típicas da doença.
Três farmacêuticas estão conduzindo estudos com drogas anti-IL 17.
Um estudo com a droga, o secuquinumabe, mostrou que, após três anos, 64% dos 320 pacientes mantiveram índice de 90% de melhora. Índice similar, de 85% de melhora, foi obtido por 83% dos pacientes no período.
Em estudo de fase 3 (última antes da aprovação) com 679 pacientes de 24 países, 79% deles tiveram melhora de 90% na 16ª semana, em comparação com 57,6% dos pacientes que usaram o Stellara, que tem outra proteína como alvo e já foi aprovado no Brasil.
Fatores de risco
Apesar de as causas ainda não estarem totalmente esclarecidas, é possível identificar fatores que levam ao aparecimento da doença:
– Predisposição genética
– Estresse emocional
– Infecções
– Traumas físicos e psíquicos
– Efeito colateral de alguma medicação
– Tabagismo
– Alcoolismo
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo
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