Quando uma pinta pode indicar câncer de pele?
Por Sofia Pilagallo
Você certamente tem uma ou algumas pintinhas pelo corpo. Afinal, trata-se de pequenos tumores – na maioria das vezes, benignos – comuns, formados pelos chamados melanócitos: células que produzem a melanina; o pigmento responsável pela coloração da pele e dos pelos.
No entanto, de acordo com a dermatologista Adriana Vilarinho, a exposição ao sol a longo prazo pode transformar uma mera pinta em um carcinoma (câncer de pele) ou até em um melanoma – o tipo mais grave da doença.
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Existem três tipos de câncer de pele: o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. Ambos os carcinomas têm a aparência de lesões cutâneas (veja abaixo). O carcinoma basocelular, cujo nome se origina por surgir nas células basais (camada mais profunda da pele) é o mais comum dentre eles, e, em caso de detecção precoce, tem baixa letalidade. Aparece geralmente em regiões que ganham mais exposição solar, como rosto, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas.
Já o carcinoma espinocelular é o segundo mais prevalente. Manifesta-se nas chamadas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como as citadas anteriormente.
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Por fim, existe o melanoma, o tipo menos frequente, porém o mais letal dentre todos os tipos de câncer de pele. Diferentemente dos carcinomas, o melanoma tem a aparência de uma pinta e é identificado a partir de alterações no seu ‘ABCDE’ — uma espécie de ‘autoexame’ para identificar o tipo mais perigoso da doença. Consiste em analisar se houve alguma mudança visual nos seguintes aspectos da pinta: Assimetria, Bordas, Coloração, Dimensão e Espessura.
Uma pinta alterada – que pode indicar um melanoma – tem uma metade diferente da outra, bordas indefinidas, várias cores, maior que 5mm e muda rapidamente de tamanho. Se diagnosticado no início, de acordo com a especialista, melanoma tem tratamento e até mesmo cura. “O tratamento é feito por meio de cirurgia relativamente simples, ou produtos com fototerapia para destruir a lesão”, explica.
No entanto é importante ressaltar que a prevenção se dá com filtro solar e consultas periódicas ao dermatologista. “Sempre devemos olhar as pintas pelo menos uma vez ano. Pessoas de pele clara, que tem tendência a melanoma, devem ser assíduos ao dermatologista.”
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo