Reconstrução mamária ajuda na superação do câncer de mama

01 de novembro - 2016
Por: Equipe Coração & Vida

Ao descobrir um câncer de mama, além do medo e insegurança em relação à saúde e aos efeitos da doença na qualidade de vida, é inevitável o questionamento sobre a perda dos seios.

A cirurgia para retirada do tumor é normalmente indicada, pois permite a remoção do nódulo e análise do mesmo, aumentando a eficácia do tratamento, que depois pode ainda requerer sessões de quimioterapia ou radioterapia.

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“A cirurgia para retirada do câncer de mama é recomendada, principalmente nos casos em que a doença se restringe às mamas e não apresenta metástase”, explica Felipe Eduardo Martins de Andrade, mastologista titular do Núcleo de Mastologia do Hospital Sírio-Libanês.

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

O quanto do seio terá de ser retirado depende muito do tamanho do tumor em relação ao tamanho do peito da paciente. Em muitos casos, principalmente na rede privada de saúde, a reconstrução pode ser feita imediatamente, sendo realizada na mesma operação de retirada do tumor.

No entanto, essa não é a realidade da maioria das mulheres no Brasil. Anualmente, são diagnosticados cerca de 50 mil novos casos, a maioria em mulheres. Desse total, cerca de 12 mil morrem após a identificação da doença.

Das 38 mil pacientes que sobrevivem, apenas 5 mil fazem a reconstrução mamária via convênio médico ou rede privada. Nessa conta, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), 33 mil dependem do sistema público de saúde.

“No Sírio-Libanês, dos pacientes que passam por remoção de tumor de mama, 93% já têm a mama reconstruída durante a cirurgia, tanto nos casos particulares como nos atendidos pelo ambulatório de filantropia do hospital. No entanto, essa não é a realidade do País, onde menos de 10% das mulheres que fazem cirurgia são submetidas à reconstrução”, aponta o especialista.

As cirurgias de reconstrução mamária pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para quem passou por retirada da mama por conta de câncer é um direito garantido pela lei federal 12.802, de 2013.

A reconstrução mamária tem um componente psicológico importante na recuperação das pacientes.

“Os seios são órgãos definidores do sexo feminino, que compõe a visão de feminilidade da paciente. A não reconstrução da mama é muito ruim e impacta negativamente na recuperação da mulher, que já está fragilizada pelo câncer”, complementa.

As técnicas evoluíram bastante nessa área, com um melhor índice de recomposição das mamas, tornando menos perceptível a cirurgia.

No caso dos mamilos, que dependendo do tamanho do câncer e localização precisam ser retirados, hoje já é possível serem reconstituídos tanto cirurgicamente quanto por meio de tatuagens.

“A tatuagem de mamilo é indicada em alguns casos e é bastante segura, contribuindo muito com o aspecto visual da reconstrução da mama. O mamilo também pode ser reconstituído cirurgicamente, por meio de enxerto de pele da própria paciente”, esclarece Andrade.

É importante escolher um bom profissional para a realização da tatuagem e um estúdio que siga as normas da vigilância sanitária, garantindo as condições necessárias e evitando doenças e riscos para a saúde.

No entanto, existe em São Paulo o projeto do tatuador Miro Dantas, “Uma Tatuagem por uma Vida Melhor”, que atende gratuitamente mulheres que não têm condições de pagar por uma tatuagem de mamilo.

A iniciativa existe desde 2014 e já atendeu mais de 200 mulheres. Para saber mais sobre a ação e requisitos para a sessão gratuita, entre no site do projeto.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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