Remédio contra gripe H1N1 está em falta nas farmácias

31 de março - 2016
Por: Equipe Coração & Vida

O vírus H1N1 voltou a atingir o Brasil e o surto já assola 11 estados do país, principalmente São Paulo. O medicamento Tamiflu, usado para combater a gripe, está em faltas nas farmácias.

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O site Coração & Vida ouviu três redes de farmácias (Drogasil, Onofre e Drogaria SP), em São Paulo, e o medicamento encontra-se esgotado em todas. Como a procura tem sido grande, a população é orientada a procurar o Tamiflu nos postos de saúde.

Foto: Shutterstock
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Também houve um aumento na procura pela vacina. No Hospital Albert Einstein, por exemplo, ela tem acabado rapidamente. Eles oferecem no local a vacina trivalente (com três cepas do vírus Influenza A), ao custo de R$ 145, e a tetravalente, a R$ 180.

O Centro de Imunização Santa Joana e o Centro de Imunização Pró Matre informaram ter aplicado, apenas nesta última semana, 3.000 doses da vacina. Já o Fleury Medicina e Saúde oferece vacinas quadrivalentes para imunizar maiores de 3 anos. A dose está disponível em três unidades da rede, ao custo de R$ 230.

Escolas

O Coração & Vida também ouviu algumas escolas, sobre os procedimentos adotados durante a epidemia.

O Colégio São Luís, por exemplo, informou ter enviado comunicado aos pais com as medidas tomadas pela escola, como campanhas internas de prevenção; salas de aula ventiladas; dispensadores de gel espalhados; e bebedores somente com as torneiras ativadas, de modo a evitar que as crianças encostem a boca nos bicos de jato direto. Não há informação sobre infectados no local.

Os mesmos procedimentos foram adotados pela Escola Santi, que pede ainda aos pais que informem sobre qualquer suspeita ou contágio de seus familiares, além de incentivar seus alunos a tomarem bastante água, alimentarem-se bem, fazerem exercícios físicos e dormirem o suficiente.

Já o Colégio Santa Maria, também em São Paulo, informou ter registrado no início do mês seis casos de crianças do terceiro ano com suspeita de gripe. Elas foram afastadas. Recentemente tiveram mais dois casos, desta vez da educação infantil (crianças de 3 a 5 anos). Elas também foram afastadas. A escola enviou comunicado aos pais com alerta e orientação a respeito dos cuidados com a higiene.

H1N1

O vírus H1N1 é do tipo influenza A, um dos causadores da gripe comum. É o mesmo responsável pela pandemia de gripe suína ocorrida em 2009. Só no Brasil, naquela época, foram 50 mil casos e mais de 2.000 pessoas morreram.

Apesar das semelhanças com os sintomas iniciais da gripe comum (febre, tosse, coriza, dor de garganta, na cabeça e no corpo), a H1N1 pode ser ainda mais perigosa.

Segundo a infectologista Rosana Richtmann, do Hospital e Maternidade Santa Joana, além dos sintomas normais de gripe, outra forma de apresentação do H1N1 mais grave é a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

“Ela é caracterizada por falta de ar, diminuição da saturação de oxigênio, desconforto respiratório, podendo evoluir para insuficiência respiratória, choque e até a morte.”  Em alguns casos, também podem ocorrer vômitos e diarreia. Testes laboratoriais são capazes de identificar por qual tipo de vírus o paciente foi infectado.

Tratamento

O tratamento basicamente é realizado com um medicamento antiviral, de uso oral, por cinco dias. “Para ser efetivo, deve ser iniciado o mais precoce possível, preferentemente até 48h do início dos sintomas. Além do uso do antiviral, podemos prescrever sintomáticos, para aliviar os sintomas”, diz a infectologista.

A prevenção, contudo, é a maneira mais eficaz de combater a doença.  “As medidas mais importantes são a higienização das mãos frequentemente, com água e sabão ou álcool gel”, recomenda Richtmann. Além disso, indica-se manter ambientes arejados e ventilados e evitar locais fechados com grande número de pessoas. Alimentação correta, ingestão de água e a prática de exercícios físicos também reduzem as chances de contrair o vírus.

Vacinação

Outra forma efetiva de prevenção é o uso da vacina específica contra a gripe. Ela já está disponível na rede privada e será antecipada na rede pública.

Em São Paulo, o primeiro lote está previsto para ser liberado nesta sexta-feira – nos demais Estados, a partir de segunda.

Nas unidades públicas de saúde, a vacina é destinada a alguns grupos prioritários: crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, idosos, profissionais da saúde, povos indígenas e pessoas portadoras de doenças crônicas e outras que comprometam a imunidade.

Tanto a vacina das clínicas privadas quanto a da campanha governamental contém o H1N1, além de outros dois tipos de influenza (H3N2 e influenza B).

Outro lado

A reportagem do site já entrou em contato com o laboratório Roche, que fabrica o medicamento, mas ainda não obteve um retorno sobre o assunto.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não há qualquer restrição por parte da agência na comercialização do Tamiflu.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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