Dez minutos para salvar uma vida

26 de novembro - 2014
Por: Equipe Coração & Vida

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Milla Oliveira

Dez minutos. Esse é o tempo para reverter uma parada cardiorrespiratória, diz o cardiologista Sergio Timmerman, diretor da Comissão de Ressuscitação do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas (HC). “A cada minuto, as chances de sobrevivência da vítima diminuem em 10%.”

O problema é que, segundo o médico, em mais de 80% das ocorrências, o paciente está na presença de leigos, até mesmo de crianças. Nem sempre essas pessoas estão preparadas para agir nesses casos.

O engajamento da população no combate à mortalidade por parada cardiorrespiratória revela-se fundamental, conforme explica o especialista do Incor. “É muito importante existir a integração da população com os profissionais de saúde”.

Para que o leigo auxilie na ressuscitação do paciente, primeiro é necessário o reconhecimento dos sintomas: basicamente a falta de consciência e a ausência de respiração. Estes sinais compreendem a primeira etapa da Corrente da Sobrevida, instituída pela American Heart Association.

Segundo o Incor, essa corrente é uma sequência de medidas ordenadas e encadeadas que devem ser tomadas no atendimento de uma parada cardiorrespiratória. Cinco elos compõem as etapas essenciais para o sucesso da ressuscitação, de acordo com a Corrente da Sobrevida. Os três primeiros podem ser cumpridos inteiramente pela população comum, que deve agir antes da chegada do socorro.

No primeiro elo, além do reconhecimento da emergência por meio dos sinais, é necessário ligar imediatamente para o socorro, que no Brasil atende pelo número 192, o SAMU. Após chamar o serviço de atendimento, o socorrista pode iniciar as massagens cardíacas, caracterizando assim o segundo elo da corrente.

Para uma massagem cardíaca de qualidade, é preciso, com as mãos espalmadas, pressionar o peito da vítima a uma frequência de mais ou menos cem pressões por minuto. De acordo com Sérgio Timmerman, a respiração boca a boca não é mais necessária segundo as novas diretrizes de ressuscitação cardiopulmonar, exceto se a vítima for criança ou em casos de afogamento.

Já no terceiro elo será necessária a utilização de um aparelho conhecido como desfibrilador, hoje disponível em locais públicos como as estações de metrô de São Paulo, por exemplo. “Esses aparelhos são mais fáceis de operar que radinho de pilha. Em São Paulo tem desfibriladores no metrô, nas estações de trem e deveria ter em todo lugar com grande circulação de pessoas”, afirma Sérgio Timmerman.

Leia mais sobre o aparelho desfibrilador

Em seguida, o socorro já deve estar no local da ocorrência e prosseguirá com a ressuscitação da vítima e encaminhamento para o hospital mais próximo. Realizado este que é o quarto elo da corrente, a equipe dará início aos cuidados pós-ressucitação, a quinta etapa do processo. Nessa última etapa, a equipe especializada irá tratar as intercorrências da parada cardíaca. Leia a seguir a sequência completa de ressuscitação cardiopulmonar da American Heart Association:

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