SP registra 346 casos de caxumba em 2016

20 de maio - 2016
Por: Equipe Coração & Vida

O número de casos de caxumba na capital paulista aumentou 509% em 2016 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa).

Até o dia 14 de maio, foram 346 registros da doença na cidade, enquanto no mesmo período de 2015 foram 68 (275 no total do ano passado).

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

Os casos individuais não são de notificação compulsória, porém os surtos são. Neste ano, foram 48 surtos, sendo 20 em escolas e 17 em empresas, entre outros locais.

De acordo com a pediatra Talita Gongora Lodi Rizzini, do Hospital Sepaco, o motivo mais provável para a ocorrência do surto é uma falha na imunização.

Para se proteger da caxumba, são necessárias duas doses de vacina, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A caxumba é transmitida por meio de gotículas de saliva. Por isso, é recomendado lavar as mãos com frequência, não compartilhar talheres e copos e não beijar alguém que esteja com a doença.

A parotidite infecciosa costuma ser bilateral, mas eventualmente pode acometer apenas um lado. Este inchaço no rosto costuma durar até 10 dias. Após a cura total, a pessoa é considerada imune à caxumba.

Para esclarecer algumas questões sobre a doença, o site Coração & Vida conversou com a pediatra do Hospital Sepaco. Confira a entrevista:

Coração & Vida: Por que houve esse aumento em comparação ao mesmo período de 2015?
Talita Rizzini –
Apesar de 95% de eficácia da vacina, ela só é valida quando tomada as duas doses, e a vacinação irregular aumenta o número de infectados. Em outros casos, há quem esteja contaminado com o vírus da caxumba, mas, por não apresentar características base, assim como o aumento das glândulas parótidas, podem transmitir a doença sem saber.  A Secretaria Municipal de Saúde está analisando a possibilidade de uma terceira dose da vacina, devido a suspeita de perda de imunidade por um período prolongado, mas não há nada confirmado até o momento.

C&V – Como é transmitida a doença?
Talita – A transmissão ocorre por meio de gotículas que estão presentes na troca de salivas, espirros e contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas.

C&V – Qual é a melhor maneira de prevenir a caxumba?
Talita – É importante estar atento à carteirinha de vacinação, independentemente da idade do indivíduo. Para estar totalmente imune, é necessário que a pessoa tenha tomado duas doses da tríplice viral.

C&V – Fale um pouco sobre os sintomas e o tratamento.
Talita –
Os sintomas mais comuns são inchaço e dor nas laterais do pescoço, logo abaixo do maxilar. Isso acontece porque o vírus provoca a inflamação das glândulas responsáveis pela produção de saliva localizada nesta região.
A doença não tem um remédio específico. O tratamento consiste em uma hidratação adequada, uma alimentação líquida ou pastosa para uma fácil deglutição e analgésicos para aliviar os sintomas de dor e mal-estar. O repouso, por duas semanas, é fundamental para o próprio organismo combater o vírus. Após a cura total, a pessoa é considerada imune à caxumba.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

Compartilhe:

Dúvidas?
Envie sua pergunta para o

RESPONDE

acesse

Notícias Relacionadas: