Suplementação vitamínica na gravidez: o que você precisa saber

15 de janeiro - 2019
Por: Equipe Coração & Vida

Durante a gravidez há várias restrições de medicamentos, já que muitos compostos podem afetar o bebê. No caso dos suplementos vitamínicos, o risco é pequeno, mas é importante que as gestantes não tomem vitaminas sem recomendação médica, afinal, algumas delas podem atrapalhar outras e, em alguns casos, podem ser nocivas. É melhor não arriscar, certo?

Excesso de vitaminas pode fazer mal - Foto: Shutterstock
Excesso de vitaminas pode fazer mal – Foto: Shutterstock

O ginecologista e obstetra Renato Kalil explica que os médicos sempre recomendam vitaminas específicas para as grávidas. Veja abaixo as três mais comuns e para que servem, mas não tome sem o conhecimento do seu médico.

Ácido fólico (vitamina B9): basta a mulher manifestar a vontade de engravidar que o médico já prescreve ácido fólico. Renato Kalil explica que isso acontece porque três meses antes de a mulher realmente engravidar, a hipófise já “seleciona” os folículos que vão ovular naquele trimestre. “Três meses antes, a hipófise já sabe quais serão os óvulos que irão ovular no primeiro, segundo e terceiro mês, então nós já orientamos a mulher para introduzir a suplementação vitamínica”, explica.

Além de minimizar o risco de problemas no tubo neural da criança, malformações que acontecem logo nas primeiras semanas da gestação, o ácido fólico também melhora a qualidade desses óvulos.

Ferro: apesar de o ferro não ser considerado uma vitamina, ele é frequentemente acompanhado durante a gravidez. Ao contrário do que muitas mulheres pensam, não se toma ferro logo no início. “Dosamos muito o ferro e ferritina durante a gestação, ao menos três vezes. Temos um estoque aumentado de ferritina, que é o estoque de ferro no fígado. A razão desse acompanhamento é que se perde sangue durante o parto. Se for parto normal, em torno de um litro de sangue. Em uma cesariana, perde-se em torno de 1,5 litros, e esse estoque de ferro vai embora”, explica.

Vitamina D: como é mais delicado tomar medicamentos durante a gestação, pois muitos deles podem provocar algum problema ao feto, o ideal é que a mulher fique o mais saudável possível durante os nove meses. E é esse o papel da vitamina D: aumentar a imunidade da gestante.

Não tome vitaminas sem supervisão médica

A mulher não pode estar com vitaminas em excesso, pois isso pode ser um risco para a gestação. O cálcio em excesso, por exemplo, pode provocar problemas arteriais. O ferro em demasia também não é nada bom. “Por isso é importante ter controle e não tomar polivitamínicos sem o aconselhamento ou acompanhamento médico”, explica o ginecologista.

Grávidas vegetarianas ou veganas podem precisar de vitaminas extras

Renato Kalil explica que há diferença na suplementação de mulheres que não comem carne. “Mulheres vegetarianas ou veganas podem ter deficiência de ácido fólico (B9), ferro e vitamina B12, então muitas vezes é preciso suplementar”, explica. O médico faz essa constatação por meio de exames de sangue, e então avalia a necessidade da suplementação.

Grávidas que fizeram cirurgia bariátrica também precisam de atenção especial, pois alguns tipos de cirurgia atrapalham a absorção de vitaminas. “Às vezes é preciso fazer reposição injetável de vitaminas”, esclarece o obstetra.

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Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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