Tem alergia a animais de estimação? Veja o que é possível fazer

01 de outubro - 2018
Por: Equipe Coração & Vida

Coceira, tosse, dificuldade de respirar. Esses são alguns dos sintomas da alergia a animais. São cerca de 150 mil novos casos por ano somente no Brasil. Ao contrário do que se imagina, não são os pelos dos gatos, cachorros, hamsters ou as penas dos pássaros que desencadeiam a reação alérgica, mas sim fragmentos da pele dos animais, microscópicos, que se desprendem naturalmente do bicho por conta da renovação celular.

“A reação alérgica é provocada pelo contato com as proteínas dos animais de sangue quente, presentes nos pelos, penas e na saliva, que são identificadas como estranhas pelo organismo do alérgico. Além do alérgeno específico do animal, a presença dos bichos no ambiente interno da casa aumenta a quantidade de ácaros”, explica o alergologista Alexandre Okamori.

Os pelos do animal não são os desencadeadores da alergia, mas sim os fragmentos da pele do bicho - Foto: Pixabay - Creative Commons
Os pelos do animal não são os desencadeadores da alergia, mas sim os fragmentos da pele do bicho – Foto: Pixabay – Creative Commons

Os sintomas variam de pessoa para pessoa e incluem alergia na pele, coriza, coceira, congestão nasal, rinite, asma e até mesmo conjuntivite.

Não é necessário ter contato direto com o animal para apresentar esses sinais. Em alguns casos, apenas o contato com o dono ou com uma pessoa que esteve com o bicho é suficiente para desencadear as reações.

“Existem graus variados de alergia, que podem ser leves, moderados ou graves. É relativo e pessoal. Algumas pessoas só notam os sintomas após a convivência intensa e prolongada com os bichinhos – e esses sintomas muitas vezes são sutis e pouco incômodos. Já outros, não podem de forma alguma entrar em ambientes onde os bichos estiveram recentemente que já desencadeiam reações mais sérias”, destaca o especialista.

Em alguns casos, uma maior predisposição à alergia é genética. Estudos apontam que, quando uma pessoa da família é alérgica, seus descendentes (filhos, netos) têm 50% mais probabilidade de serem também.

A boa notícia é que alérgicos podem continuar convivendo com seus bichos de estimação ou ter contato com animais de outras pessoas, dependendo do grau de alergia e tomando algumas medidas preventivas.

“É possível, mas depende do grau da alergia da pessoa e do comprometimento em relação aos cuidados e tratamento necessários para a convivência com os bichos”, pontua o médico.

A alergia a animais não tem cura, mas os sintomas podem ser amenizados com tratamento preventivo, evitando o incômodo das reações.

Além de medicação específica, como anti-histamínicos e corticoides, a higiene do ambiente e do bicho é fundamental. Pode ser necessário ainda restringir os espaços de circulação do animal na casa.

“Existem pesquisas que apontam que os alérgenos presentes nos pelos dos gatos permanecem ativos em locais sem higiene meses após o primeiro contato. Se a alergia estiver controlada, é possível tentar manter o animal fora da casa – no quintal, por exemplo – e dar banhos frequentes. A limpeza correta da casa também é importante”, alerta Okamori.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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