Tire suas dúvidas sobre o teste de paternidade

31 de outubro - 2017
Por: Equipe Coração & Vida

Por algum motivo o teste de paternidade precisará ser feito para confirmar quem é o pai do filho. E aí surgem várias dúvidas: será que o teste é confiável? Como é feito? Pode dar um falso positivo? Em quanto tempo sai o resultado? Há risco de falsificação? Saiba mais sobre esse exame genético que determina a paternidade e tire todas as suas dúvidas.

Qual material se usa para o teste? O geneticista Ciro Martinhago explica que o ideal é que se colha o sangue, mas se não for possível, a saliva presente em um chiclete, cigarro ou até mesmo o fio de cabelo pode fornecer os dados necessários para identificar quem é o pai da criança.

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

“Até com ossos é possível fazer, nos casos de exumação de corpos. Não é o ideal, já que em 30% dos casos não temos um material bom, mas é possível”, explica.

Como os geneticistas chegam ao resultado? O coordenador de Diagnóstico Molecular do Lavoisier Laboratório e Imagem, Luciano César Scarpelli, conta que o exame identifica e compara várias regiões do DNA do filho, da mãe e do suposto pai.

“Durante o teste, os padrões do filho são, primeiramente, comparados com os da mãe. Os que não correspondem com os padrões maternos são, portanto, obrigatoriamente provenientes do lado paterno. Se o homem testado não possuir esses padrões em seu DNA, ele não é o pai biológico”, diz o médico.

Pode dar resultado falso positivo? Não. De acordo com Scarpelli, os exames de DNA têm 99,999% de certeza quando dão positivo.

“Para os negativos, a confiabilidade é de 100%. O teste de paternidade é feito por um sistema validado internacionalmente, que inclui a comparação de no mínimo 18 regiões polimórficas do DNA, analisadas por sequenciadores de material genético de última geração”, conta.

Pode ser feito ainda durante a gravidez? Há duas opções, uma delas não recomendada. “Posso colher o material do líquido amniótico para fazer o exame, mas é perigoso, já que a mãe pode perder o bebê por causa disso”, explica Martinhago, comentando que o risco é de 1%.

“Outra opção é colher o sangue da grávida e do pai. Por meio do sangue da mãe, consigo pegar os traços do DNA do bebê e analisar por volta de 200 mil regiões do genoma, e aí dá a mesma porcentagem de paternidade. O problema, porém, é que esse teste [por ser novo] não serve para tomar medidas judiciais.”

Há alguma restrição para o exame? Scarpelli explica que quem fez transfusão de sangue recentemente (até três meses antes do exame) ou transplante de medula óssea não pode fazer o teste usando o sangue como material genético. “Além disso, os exames de paternidade não diferem os gêmeos univitelinos, portanto em um caso onde o suposto pai tenha um irmão idêntico, não é possível apontar qual deles é de fato o pai biológico.”

Pode-se fazer o teste sem o consentimento do pai ou da mãe? Martinhago diz que é preciso que se faça em comum acordo.

É possível falsificar resultados? O geneticista Ciro Martinhago considera essa opção impossível. “O que se pode acontecer é ter o laudo falsificado, mas o exame em si é impossível, pois é o ‘código de barras’, cada um tem um diferente. É fácil comprovar isso”, conta. “O teste genético é diferente dos testes em que os resultados podem flutuar, como diabetes. Se acontecer [a falsificação do laudo], é um crime muito fácil de provar”, tranquiliza.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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